Facebook veta anúncio em votação sobre aborto na Irlanda
sãopaulo,londresedublin O Facebook afirmou nesta terça (8) que vai banir anúncios estrangeiros relacionados ao referendo sobre o aborto na Irlanda, em meio a preocupações de que grupos americanos estejam tentando influenciar a campanha.
Pela primeira vez em 35 anos, eleitores irlandeses vão decidir no próximo 25 de maio se rejeitam a proibição constitucional ao aborto, num referendo que tem chamado a atenção internacionalmente.
“Como parte de nosso esforço para tentar proteger a integridade de eleições e referendo de uma influência indevida, vamos começar a rejeitar anúncios relacionados ao referendo se eles estiverem sendo feitos por anunciantes baseados fora da Irlanda”, afirmou a empresa americana em nota.
A companhia informou que vai se basear em relatórios de grupos de campanha estabelecidos em ambos os lados da disputa para identificar os anúncios estrangeiros, uma vez que sua ferramenta automática de “integridade eleitoral” ainda está sendo desenvolvida.
Em 25 de abril, o Facebook lançou uma versão experimental da ferramenta “ver anúncios”, que permite aos usuários ver toda a publicidade que um anunciante está publicando na rede social na Irlanda ao mesmo tempo.
A Irlanda proíbe doações para campanhas políticas vindas de outros países, mas a lei não se aplica a anúncios em mídias sociais. Grupos antiaborto baseados nos Estados Unidos estão entre os que compraram anúncios online na Irlanda durante a campanha eleitoral.
O Facebook disse que, a partir desta terça-feira, vai “começar a rejeitar anúncios relacionados ao referendo se eles estiverem sendo feitos por agências baseadas fora da Irlanda”.
A rede social tem tentado aumentar sua transparência após revelações de que a consultoria Cambridge Analytica coletou dados de 87 milhões de usuários para direcionar a eles propaganda política durante a campanha presidencial americana em 2016.
O plebiscito do “brexit”, que decidiu pela saída britânica da União Europeia, em junho de 2016, também foi alvo de interferência.
O escândalo levou o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, a ser duramente questionado em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos, em abril.