Folha de S.Paulo

Centenária, viveu a Revolução de 1932 e a Segunda Guerra

- -Flávia Faria coluna.obituario@grupofolha.com.br ROCHEL SERBER ROSA GARFINKEL MARIA HELENA MOTTA RODRIGUES ALVES GREGÓRIO LOSACCO

NAIR SOARES DE OLIVEIRA (1910-2018) são paulo Foram 107 anos de vida —um século inteiro e mais um bocadinho.

Nair Soares de Oliveira contava aos bisnetos as histórias de um tempo que eles achavam que só existia nos livros.

Lembrava, por exemplo, de, muito menina, ouvir falar

da tragédia do Titanic. Também viu acontecer a Revolução Constituci­onalista de 1932 e narrava a história de como perdeu um tio na Segunda Guerra —ele se alistou para ir lutar na Itália junto com o Exército Brasileiro e nunca mais deu notícias.

Nair nasceu em Ituverava, interior paulista, mas se mudou para São Paulo criança.

Se, já na velhice, lhe perguntava­m o segredo de uma vida tão longeva, brincava e falava de quando precisou ficar um tempo internada na Santa Casa, na infância. Falava que fora tão bem tratada pelos médicos e enfermeira­s que nunca na vida mais teve febre.

Uma de suas caracterís­ticas mais marcantes, a generosida­de se manifestav­a na cozinha. Distribuía entre vizinhos, amigos e parentes seus suculentos bolos, sonhos e pizzas e fazia sozinha centenas de doces e salgadinho­s para os aniversári­os dos netos.

Ficou muito triste ao notar, já nos seus 102 anos, que ia embora a força física para sovar a massa dos seus tão famosos pãezinhos de abóbora.

São-paulina, vibrou quando, na sua festança de cem anos, ganhou de presente um vídeo em que Rogério Ceni lhe dava os parabéns.

Do casamento de mais de 50 anos com o marido, Alberto (1909-1983), teve dois filhos: Plácido, morto em 2000, e Marley, hoje com 80 anos.

Nair morreu no dia 3, vítima de uma pneumonia, em São Paulo. Deixa, além da filha, oito netos, 11 bisnetos e quatro tataraneto­s.

Aos 95, viúva. Cemitério Israelita do Butantã - av. Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, 5530.

Aos 102, viúva. Cemitério Israelita do Butantã - av. Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, 5530. Aos 98, viúva. Deixa filhos, netos e bisnetos. Cemitério Gethsêmani - praça da Ressureiçã­o, 1, Vila Sônia

EM MEMÓRIA Nesta quarta (9/5), às 19h30, na igreja Santa Teresinha praça Domingos Corrêa da Cruz, 140, Santa Teresinha

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