Folha de S.Paulo

Variações sobre o mesmo tema

O jogo é uma mistura de inspiração e expiração, de ciência e imprevisto­s

- Tostão Ex-médico, participou como jogador das Copas do Mundo de 1966 e 1970 DSTQQSS Assistênci­as** Aprov. de arremessos nos 5 segundos finais

Na Copa do Mundo da Rússia, que começa no próximo mês, não haverá grandes novidades táticas, a não ser que apareça um Dom Quixote, um aventureir­o.

Qualquer que seja o sistema tático, todas as equipes devem ter um centroavan­te, com mais ou menos habilidade e mobilidade, e um jogador de cada lado, com caracterís­ticas mais de armador ou mais de atacante.

As variações serão nas estratégia­s, no número de zagueiros (dois ou três) e no desenho tático do meio-campo.

Há uma tendência mundial de formar o meio-campo com apenas um volante centraliza­do, para marcar e iniciar as jogadas ofensivas, e um meio-campista de cada lado, que atue de uma área à outra. Essas equipes, quando perdem a bola e não conseguem recuperá-la imediatame­nte, recuam, marcam com cinco (três do meio e os dois jogadores pelos lados) e avançam com cinco (dois dos três armadores, os dois pontas e o centroavan­te). A Espanha joga dessa forma. O Flamengo também atua assim e, mais recentemen­te, o Atlético-MG passou a fazer o mesmo. Pode chamar de 4-3-3 ou de 4-1-4-1. Não tem importânci­a.

Outras seleções, como Alemanha e França, e a maioria dos times brasileiro­s, como Cruzeiro, Palmeiras e Grêmio, preferem atuar com dois volantes e um meia de ligação centraliza­do, que, de acordo com as caracterís­ticas, atua mais próximo dos dois volantes, como Özil e Lucas Lima, ou mais próximo do centroavan­te, como Griezmann e Thiago Neves. Esses times, quando perdem a bola, marcam com uma linha de quatro no meio-campo (dois volantes e um meia de cada lado). Pode chamar de 4-2-3-1, 4-4-2 ou 4-4-1-1. Não tem importânci­a.

Na Copa, a seleção brasileira deve usar as duas formações no meio-campo.

Uma, para enfrentar as seleções mais retrancada­s, como na primeira fase, com apenas um volante, Casemiro, dois meias ofensivos, Paulinho e Coutinho, além de um jogador

Juca Kfouri, Paulo Vinícius Coelho e Tostão | Juca Kfouri e Paulo Vinícius Coelho | Tostão | Juca Kfouri |

Mariliz Pereira Jorge de cada lado e um centroavan­te. Na outra, contra seleções mais fortes, nos jogos matamata, para reforçar a marcação, com Fernandinh­o ou lado de Casemiro, além de Paulinho, como no recente amistoso contra a Alemanha. Coutinho disputaria a posição com William, pela direita.

A Argentina é uma incógnita, na escalação e na maneira de jogar, já que Sampaoli é surpreende­nte, assumiu o time há pouco tempo e experiment­ou várias formações táticas.

Se a Argentina fracassar, Messi carregará uma sombra em sua magistral carreira. Parte da torcida vai criticálo por não ser um deus, como Maradona, e outra vai levar eternament­e um sentimento de frustração, por Messi não ter tido um time bom para ajudá-lo. Mas, se a Argentina ganhar, haverá um outro Playoffs da NBA

O Cleveland Cavaliers venceu os quatro primeiros jogos da série melhor de sete contra o Toronto Raptors e é o primeiro time a chegar às finais de conferênci­a

Conferênci­a Oeste Houston Rockets Utah Jazz Golden State Warriors New Orleans Pelicans Conferênci­a Leste Cleveland Cavaliers Toronto Raptors Boston Celtics Philadelph­ia 76ers 4

Números de LeBron nos playoffs estão entre os melhores da carreira 30,8 Pontos por jogo

LeBron e Jordan têm desempenho parecido em momentos decisivos

LeBron 28,7 santo, mais forte ainda que Maradona.

Algumas seleções vão jogar com três zagueiros e dois alas, como Inglaterra, Suíça e Costa Rica, as duas últimas, adversária­s do Brasil na primeira fase. São Paulo, Fluminense e Atlético-PR também jogam dessa forma. Repito, quando os alas avançam, abrem espaços nas costas, pois os três zagueiros tendem a se juntar pelo centro e, quando um sai na cobertura pelo lado, costuma chegar atrasado. O Palmeiras, contra o Atlético-PR, se aproveitou disso.

O futebol é como um ser vivo, influencia­do por múltiplos fatores, mistura de inspiração e expiração, de ciência e imprevisto­s. Quando termina a partida, elegemos os heróis e os vilões e tentamos explicar, com bons e maus argumentos, o que, muitas vezes, não tem explicação. Tem existência.

1

Pontos**

Rebotes** Tocos** Roubadas de bola** Bolas decisivas no estouro do cronômetro

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil