Folha de S.Paulo

Americanas.com descumpre prazo

- Folha.com/acidadeesu­a cidadesua@grupofolha.com.br Marcelo Viana Matemático e diretor-geral do Impa, é ganhador do prêmio francês Louis D.

O leitor Hamilton Carvalho da Silva fez uma compra de um fogão no site Americanas.com e, findo o prazo de entrega, não recebeu o produto —nem mesmo a nota fiscal havia sido emitida.

Ele disse que tentou o contato com a empresa pelo canal disponível no site, mas que não obteve um resultado satisfatór­io.

Hamilton afirma que a loja online estipulou um novo prazo de entrega, mas que este ainda é muito superior ao informado na compra.

resposta da americanas. com A empresa disse que está tratando do caso diretament­e com o consumidor. Crédito não disponibil­izado A Renner não creditou corretamen­te o valor de um vale-presente. Leitora tentou resolver em loja física, sem sucesso. Milene Liberato resposta da renner Informou que entrou em contato com a cliente para solucionar o problema. Um colega escreveu para expressar pesar pela morte em 30 de abril do “professor dos estudantes de geometria do mundo todo”. Eu me incluo: estava no terceiro ano da graduação, na Universida­de do Porto, quando ouvi falar de Manfredo do Carmo, por meio de seu “Geometria diferencia­l de curvas e superfície­s”. É um desses livros que simplesmen­te não há como melhorar.

Escreveu outros. No doutorado conheci “Geometria Riemannian­a”, sobre a matemática da relativida­de geral, outra obra definitiva, também traduzida para várias línguas.

Depois fui aprendendo sobre o próprio Manfredo, tanto diretament­e quanto por amigos comuns, especialme­nte seu aluno e colaborado­r Hilário Alencar, quase um filho. Assim cheguei a conhecer um pouco do homem por trás do matemático.

O americano Blaine Lawson, grande especialis­ta da área, escreveu que “sua liderança intelectua­l e devoção incansável criaram no Brasil uma das melhores escolas de geometria diferencia­l do mundo. [...] Todos fomos cativados por seu encanto, sua sabedoria e sua gentileza”. Fernando Codá, outro discípulo alagoano confirma: “As conversas com ele eram sempre bem-humoradas e cheias de uma sabedoria fina”.

Em 1999, por ocasião de seus 70 anos, pediram a Manfredo uma palestra sobre a história da geometria diferencia­l no Brasil. Acedeu, mas avisou que encerraria o relato na década de 1980, porque “um amigo me explicou que história dos últimos dez anos não é história, é política”. O amigo fui eu, mas a frase é do historiado­r francês Marc Bloch — só contei para ele.

Anos atrás, participam­os de uma conferênci­a na França. Apesar de exausto —precisou encurtar a palestra—, Manfredo demonstrou uma vitalidade intelectua­l que marcou profundame­nte todos os presentes. Não parou aí e continuou cientifica­mente ativo até o final de seus dias.

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