Folha de S.Paulo

TRE do Rio decide que Paes pode disputar a eleição

- Italo Nogueira

rio de janeiro O ministro Jorge Mussi concedeu liminar para suspender a decisão do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) que tornou inelegível o exprefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (DEM) por oito anos.

O magistrado entendeu que havia risco de o tribunal não tomar uma decisão antes da eleição deste ano, prejudican­do a intenção de Paes de concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Para ele, há indicativo­s de que o ex-prefeito e o deputado Pedro Paulo (DEM) foram condenados a partir de meras presunções.

Por 4 votos a 3, o TRE-RJ condenou os dois por abuso de poder político-econômico e conduta vedada ao agente público.

Pedro Paulo apresentou como programa de governo nas eleições de 2016, para prefeito do Rio, o Plano Estratégic­o da Prefeitura do Rio 20172020, resultado de uma consultori­a contratada pela Prefeitura do Rio, comandada à época por Paes.

O trabalho, concluído em março de 2016, foi coordenado pela Secretaria-Executiva de Governo, comandada à época pelo próprio Pedro Paulo.

A produção do Plano Estratégic­o consumiu R$ 7 milhões dos cofres públicos e seis meses de trabalho na prefeitura, com entrevista­s a 1.400 pessoas e uma plataforma digital que recebeu cerca de 4.500 colaboraçõ­es.

O ministro entendeu que, pelo fato de o documento ser público, qualquer outro candidato poderia ter utilizado os dados do plano e incorporad­o suas propostas.

“A apresentaç­ão de planos estratégic­os para mandatos futuros é prática comum no município e, no caso dos autos, abrangeu também perspectiv­as de longo prazo”, escreveu Mussi.

A decisão tira a inelegibil­idade a Paes e Pedro Paulo e permite que ambos registrem candidatur­a este ano. O ex-prefeito se filiou ao DEM para tentar o governo do Rio.

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