Folha de S.Paulo

FT, WSJ e Economist veem risco de contágio argentino

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

No fim do dia, no Financial Times, “Investidor­es aceleram retirada de emergentes”. Abrindo a reportagem, “os fundos de ações sofreram suas piores perdas em quase um ano” e os fundos de títulos públicos tiveram a terceira semana consecutiv­a de queda.

No editorial “As aflições da Argentina vão se espalhar?”, a nova edição da Economist destaca que “vários emergentes compartilh­am uma ou duas de suas vulnerabil­idades”, mas “misericord­iosamente poucos compartilh­am todas”.

Sublinha que no Brasil “as finanças governamen­tais estão até piores que na Argentina”, com déficit fiscal projetado em 8% do PIB, contra 5,5% na vizinha. Mas o setor privado vai bem e a dívida pública e privada em moeda estrangeir­a é relativame­nte menor.

Já o Wall Street Journal publicou análise intitulada “Alerta da Argentina: As reservas cambiais não são tudo”, ressaltand­o que o país “tinha um recorde de reservas em dólar imediatame­nte antes de ser forçado a cair nos braços de um resgate do FMI”. Junto a gráfico com a derrocada das moedas de Brasil e outros, escreve que “um novo aumento do dólar poderia colocar mais emergentes sob estresse”. No WSJ, as moedas de Argentina, Turquia, Brasil e África do Sul, ‘submergind­o’ petróleo a us$ 100? Os principais jornais russos, Kommersant e o financeiro RBC, destacaram na quinta que o abandono pelos EUA do acordo com o Irã fez saltar o preço do barril do petróleo, que foi para US$ 78, o maior valor desde 2014. Chegou a bater em US$ 79,21. O RBC sublinhou que os analistas do Bank of America pela primeira vez projetaram o retorno do petróleo para US$ 100 em 2020.

desmoronam­ento Depois de texto semelhante no Washington Post, dois acadêmicos americanos, das universida­des de Chicago e Washington, publicam agora no New York Times o artigo “Por que tantas democracia­s estão desmoronan­do?”. Citam “Turquia, Brasil e Filipinas” para argumentar que “as raízes do desmoronam­ento estão nas próprias constituiç­ões democrátic­as”, escritas “pelos regimes autoritári­os em retirada para resguardar suas elites do estado de direito”.

macron tropical O francês Le Monde, no balanço do primeiro ano de Emmanuel Macron como presidente, publicou a reportagem “Brasil busca seu Macron tropical”. Relata que ele nem havia tomado posse e os analistas brasileiro­s já procuravam versão local, tentando João Dória, “logo desmascara­do”, Luciano Huck e ultimament­e João Amoêdo e até “Henrique Meirelles, 72”. Conclui ser uma busca restrita à “comunidade empresaria­l”, que não percebe que Macron foi socialista por dez anos.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil