Bradesco e Itaú negociam SuperVia, da Odebrecht
são paulo Bradesco e Itaú passaram a comandar o processo de venda da SuperVia, cujos principais sócios são a Odebrecht Transport e o grupo japonês Mitsui, com 60% de participação. A informação foi publicada pela agência Reuters e confirmada pela Folha.
A SuperVia —concessionária de trens de passageiros do Rio e região metropolitana que transporta 600 mil pessoas ao dia— é um dos ativos que a Odebrecht colocou à venda para tentar resolver sua complicada situação financeira.
A negociação do controle da SuperVia estava a cargo do BTG. Com ajuda do banco, a Odebrecht chegou a negociar o ativo com o fundo Mubadala, mas a oferta feita pelos árabes ficou aquém do esperado.
O grupo RTM Brasil também tem interesse na SuperVia.
A situação financeira da SuperVia também é delicada. No fim do ano passado, a Light, principal fornecedora de energia elétrica, chegou a pedir a falência da concessionária por falta de pagamento. A SuperVia, por sua vez, pediu na Justiça indenização da Light por danos morais e materiais depois da divulgação do pedido.
Segundo pessoas que acompanham o assunto, a decisão da Odebrecht de passar o mandato de venda da SuperVia para Bradesco e Itaú é consequência dos fracos resultados obtidos pelo BTG, mas também uma praxe do mercado. Empresas em dificuldades financeiras tendem a contratar seus bancos credores na hora de vender ativos para que eles lucrem com as taxas da transação.
A Odebrecht S.A. vem discutindo com os bancos uma nova injeção de recursos entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,5 bilhões, mas até agora apenas Itaú e Bradesco parecem dispostos a colocar dinheiro novo no conglomerado, em crise desde o início da Operação Lava Jato. A garantia do empréstimo seriam as ações da petroquímica Braskem, a empresa mais rentável do grupo.
Odebrecht, Bradesco e Itaú não se manifestaram.