Ofensiva de Trump fecha gigante tech da China
ZTE suspende atividades após EUA a proibirem de usar componentes americanos por fazer negócios com Irã e Coreia do Norte
shenzhen Não a Apple. Não a Huawei. A primeira baixa na guerra fria da alta tecnologia entre EUA e China talvez venha a ser a maior fabricante de eletrônicos da qual você nunca ouviu falar.
A chinesa ZTE anunciou na quarta (9) que suspendera suas “atividades operacionais importantes”, depois que o governo Trump a proibiu, em abril, de usar componentes fabricados nos EUA. Com a produção suspensa na fábrica da ZTE em Shenzhen, os operários vêm sendo chamados para sessões de treinamento, a intervalos de cerca de dois dias. No restante de sua jornada de trabalho, eles ficam ociosos em seus alojamentos.
As transações com ações estão suspensas há semanas. Executivos foram instruídos a reassegurar os clientes ansiosos, mas ao mesmo tempo evitar discutir com eles a tecnologia americana que a empresa está proibida de usar pelos próximos sete anos.
Uma das mais bem-sucedidas entre as empresas chinesas de tecnologia, com receita anual de US$ 17 bilhões (R$ 60 bilhões), a ZTE está diante de uma sentença de morte. O Departamento do Comércio americano bloqueou seu acesso a componentes fabricados nos EUA até 2025, afirmando que a empresa não puniu empregados que violaram os controles de comércio com o Irã e a Coreia do Norte.
A empresa tem 75 mil funcionários e faz negócios em mais de 160 países. É a quarta maior vendedora de smartphones nos EUA. Seus equipamentos de telecomunicações são parte da espinha dorsal da comunicação digital de muitos países em desenvolvimento.
Os EUA há anos classificam a ZTE e a Huawei, uma rival muito maior no ramo de equipamento para redes de telecomunicações, de representar ameaça à segurança nacional americana. As grandes operadoras americanas de telefonia móvel já rejeitam os equipamentos produzidos pelas duas companhias chinesas.
Em resposta às sanções divulgadas no mês passado, a ZTE anunciou estar trabalhando para cumprir melhor as normas. Requisitou suspensão da proibição de exportações e enviou informações adicionais ao Departamento do Comércio americano em apoio aos seus argumentos.