Vereador e PM são investigados por caso Marielle, diz ministro
Jungmann afirma que apuração abrange nomes citados por testemunha, incluindo ex-PM
brasília e rio de janeiro O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) afirmou nesta quinta-feira (10) que os homens apontados por uma testemunha como responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, são investigados pela polícia.
Essa testemunha, segundo revelou o jornal O Globo, afirmou que o crime no Rio foi planejado pelo vereador Marcello Siciliano (PHS) e pelo exPM Orlando Oliveira de Araújo —atualmente preso acusado de chefiar uma milícia.
Ambos negam qualquer envolvimento no assassinato.
Ela também citou um PM do 16º batalhão (Olaria) entre as pessoas que estariam no carro de onde partiram os tiros.
O vereador chamou o depoimento de “totalmente falso”. Ele tem como reduto eleitoral o bairro de Vargem Grande, dominado por milícias, que cobram de comerciantes e moradores por serviços.
A testemunha, que prestou três depoimentos à polícia em troca de proteção, trabalhou para um grupo paramilitar e passou detalhes de datas, horários e locais de reuniões nas quais o vereador e o ex-policial teriam planejado o crime.
As incursões políticas de Marielle na Cidade de Deus, área na zona oeste do Rio fora do controle de milícias, teriam provocado a reação do vereador e do ex-PM, de acordo com a testemunha.
Segundo o jornal, a testemunha disse que presenciou quatro conversas entre o vereador e o miliciano (na época em que este estava foragido) e forneceu nomes de quatro homens que teriam sido escolhidos para matar Marielle.
Ele disse à polícia que, no carro dos assassinos, além de um PM do 16º batalhão (Olaria), havia um ex-PM da Maré e outros dois homens.
“O que eu posso dizer é que estes e outros todos são investigados e que a investigação no caso Marielle está chegando na sua etapa final. Eu acredito que em breve nós vamos ter resultados”, declarou Jungmann.
O ministro lembrou ter falado à imprensa pouco depois do assassinato da vereadora e de seu motorista que “tudo apontava para milícias”, mas afirmou não haver conclusões sobre a participação das mesmas no crime contra Marielle.
“Não estou dizendo que são esses especificamente. Agora, tenho dois níveis que tenho de observar. Um é o nível do jornalismo e suas informações, que evidentemente têm de ser investigadas. E outra é a própria investigação em si sobre a qual a gente, por óbvios motivos, não tem como ficar aqui comentando”, afirmou.
O crime ocorreu em 14 de março. O carro em que estava Marielle foi atingido quando ela voltava para casa. A vereadora era conhecida por denunciar abusos de policiais e milicianos no estado.
Na prática, a investigação está sob a responsabilidade do governo Michel Temer (MDB), que decretou em fevereiro a intervenção federal na segurança do Rio e escalou um general do Exército para o comando da inédita medida.
Desde o início, a principal linha de investigação é a de motivação política. Diferentes vereadores prestaram depoimento como testemunha —entre eles, um indiciado na CPI das Milícias, concluída em 2008, na qual Marielle atuou.
Na manhã de quarta, o vereador Siciliano convocou entrevista e disse que a acusação da testemunha era “factoide”.
Já o ex-PM, em carta escrita do presídio e obtida pelo jornal O Dia, descreditou o depoimento da testemunha, que seria um ex-colaborador do grupo miliciano. Na carta, Orlando Araújo chega a citar nominalmente o delator.
Policiais e homens do Exército reconstituem crime contra vereadora
Policiais civis e militares e homens do Exército participaram na noite desta quinta da reconstituição da morte de Marielle no bairro do Estácio.
Três ruas e um perímetro de 1 km foram fechados para veículos e pedestres. O espaço aéreo foi fechado. Ao menos três testemunhas participavam da simulação, que contaria ainda com disparos de munição letal e se estenderia pela madrugada.
A previsão era que dois tipos de armas fossem disparadas para checar se as testemunhas reconhecem o som. Na esquina onde o carro foi atingido, policiais colocaram sacos de areia para aparar as balas. SUZANE SAI DA CADEIA PARA DIA DAS MÃES Suzane von Richthofen, condenada em 2006 pela morte dos pais, deixou a penitenciária de Tremembé (SP), nesta quinta (10), para a saída temporária do Dia das Mães. Ela recebeu o benefício por ter bom comportamento