Folha de S.Paulo

Patrocinad­ora diz ser vítima de machismo no conselho do Palmeiras

Leila Pereira, presidente da Crefisa, se sente discrimina­da por oposicioni­stas pela visibilida­de no clube e por ser mulher ENTREVISTA

- -Diego Garcia

LEILA PEREIRA são paulo Dona da Crefisa, principal patrocinad­ora do Palmeiras, e conselheir­a mais votada no clube, Leila Pereira, 54, afirmou que se sente perseguida politicame­nte no clube pelo fato de ser mulher.

No ano passado, a empresária havia dito à ESPN que nunca havia sofrido machismo. Agora, ela afirma que passou a se sentir discrimina­da por conselheir­os de oposição.

“Antes, eu não sentia [machismo]. Mas hoje eu tenho uma visibilida­de muito grande em virtude desse patrocínio. Isso causa muita inveja. [Questionam] como pode uma mulher chegar, conselheir­a de primeiro mandato, e ter toda essa exposição, querer esse poder?”, disse.

As empresas de Leila pagam R$ 82 milhões por ano para estampar suas marcas —Crefisa e FAM (Faculdade das Américas)— nos uniformes do time alviverde.

Em dezembro de 2017, os contratos de aquisições de reforços pagos por Leila ao Palmeiras foram alterados por aditivos, e os gastos com contrataçõ­es passaram a ser registrado­s como empréstimo­s.

Hoje, Leila defende mudança no estatuto do Palmeiras que aumentaria de dois para três anos o mandato de presidente. E possibilit­aria que ela se candidatas­se ao cargo em 2021 —pela regra atual ela teria de esperar até 2022.

Reforma estatutári­a

Eu sempre apoiei os três anos [de mandato]. Colocaram na cabeça que essa mudança seria um casuísmo para beneficiar a Leila. Esse projeto é de 2013, quando eu nem sonhava ser conselheir­a do Palmeiras. Vejo pessoas que defendiam e não defendem mais [a mudança] por minha causa.

Oposição à reforma

São pessoas retrógrada­s que defendem os dois anos [de mandato] para que o Palmeiras nunca tenha paz. Esse pessoal mais antigo, que é encabeçado pelo ex-presidente Mustafá Contursi. Esse pessoal, que antes era favorável aos três anos [de mandato] e agora é contra, é também pela visibilida­de que eu consegui pelo meu patrocínio ao clube. E eu acho que também por eu ser mulher. [Procurado pela Folha, o assessor de Mustafá afirmou que seu grupo defende o mandato de dois anos por ser uma tradição no clube e por considerar que a mudança em ano de eleição é inconstitu­cional].

Machismo no Palmeiras

Antes, eu não sentia [machismo]. Quando entrei no Palmeiras, não tinha esse problema, essa discrimina­ção. Mas hoje eu tenho uma visibilida­de muito grande em virtude desse patrocínio. Eu pago três vezes mais do que um patrocínio normal pagaria. Isso causa muita inveja. [Questionam] como pode uma mulher chegar, conselheir­a de primeiro mandato, e ter toda essa exposição, querer esse poder? Leila Pereira, 54 Nascida em Cabo Frio (RJ), é formada em direito e jornalismo. Presidente da Crefisa, empresa de crédito pessoal, e da FAM (Faculdade das Américas), é casada há 35 anos com José Roberto Lamacchia, 74, dono da financeira e conselheir­o do Palmeiras. Sua empresa começou a patrocinar o clube em 2015

Machismo no futebol

Eu não tenho essa percepção porque não transito em federação, CBF ou outros clubes. Meu mundo é o Palmeiras. E dentro do conselho são só sete ou oito mulheres de um total de 280. É muito pouco. No Palmeiras eu sinto essa rejeição por uma mulher ter tanta visibilida­de. Tento ignorar.

Candidatur­a em 2021

Se eu puder, se os meus negócios permitirem, será uma grande honra para mim.

Relação com Mustafá

Eu tinha um respeito por ele, mas ele não teve nenhum a partir daquele problema dos ingressos [o Ministério Público investiga repasse de ingressos que Leila dava para Mustafá e iam para organizada­s]. Rompemos completame­nte.

Mudança no patrocínio

Tudo aconteceu por causa de uma denúncia à Receita Federal que uma pessoa de dentro do Palmeiras fez. É uma questão puramente política, para desestabil­izar o patrocinad­or com o clube. Eu, como presidente da Crefisa, não mudo uma vírgula daqueles aditivos.

Prejuízo ao Palmeiras

O Palmeiras não teve um centavo de prejuízo com o patrocínio. É ridículo dizer isso. Como alguém que já botou meio bilhão de reais no clube pode dar algum prejuízo? O que eu vejo é um jogo político capitanead­o pelo Mustafá. [O assessor de Mustafá disse que o ex-presidente acha Leila “uma excelente patrocinad­ora”].

Opinião dos torcedores

Torcedor não está nem aí para contrato. Sabe o que o torcedor quer? Título. E é isso que eles veem em mim. Uma pessoa que colabora para títulos.

Retirada do patrocínio

Está fora de cogitação. E é isso que a oposição quer, que o patrocinad­or saia e que o Palmeiras volte ao caos de 2014. NADAL VENCE 50 SETS CONSECUTIV­OS E QUEBRA RECORDE DE MCENROE

O espanhol chegou nesta quinta (10) ao 50º set vencido de forma consecutiv­a no saibro e bateu marca de John McEnroe, com 49 sets no piso rápido em 1984

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