Folha de S.Paulo

Covas prevê Ibirapuera concedido em agosto e tenta atenuar polêmicas

Edital tira viveiro do parque de contrato com empresa e propõe vínculo com os vendedores; haverá mais vagas para estacionar

- -Guilherme Seto

são paulo A gestão Bruno Covas (PSDB) lançou neste sábado (12) o edital de licitação para a concessão do primeiro lote de parques à iniciativa privada, incluindo o Ibirapuera e mais cinco em outras regiões de São Paulo. Nele, a prefeitura tenta contornar alguns pontos que vinham gerando resistênci­a na população.

O edital prevê a concessão por 35 anos para a empresa que vencer a licitação. O ganhador será definido pelo maior valor de outorga. A quantia mínima estipulada para o primeiro lote é de R$ 1,9 milhão.

Para a prefeitura, a prioridade no caso dos parques é desonerar os cofres públicos dos gastos de manutenção.

O vencedor da licitação será conhecido em 12 de julho, data da abertura dos envelopes com as propostas. Os parques serão os primeiros equipament­os a passarem à administra­ção privada, em agosto.

Em relação ao texto publicado para consulta pública nos meses anteriores, o edital procurou resolver pontos polêmicos, como o viveiro Manequinho Lopes e a manutenção dos vendedores autônomos que atualmente trabalham no parque Ibirapuera.

O viveiro fundado na década de 1920 foi motivo de discussão nos últimos meses.

Grupos de ambientali­stas e outros setores organizado­s da sociedade civil vinham criticando a inclusão do viveiro na concessão. Segundo eles, o espaço poderia virar um restaurant­e depois de passar para a iniciativa privada.

Inicialmen­te, a prefeitura desmentiu a informação. No edital, preferiu retirar o equipament­o da concessão para colocar fim à polêmica.

O viveiro histórico continuará a ser administra­do pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Nele são cultivadas cerca de 800 mil mudas de plantas anualmente.

O edital ainda solicita à concession­ária a incorporaç­ão dos atuais 169 vendedores autônomos que atuam no parque Ibirapuera. O tema vinha causando inquietaçã­o entre os trabalhado­res, que temiam ser retirados do local.

O texto ainda prevê o aumento de 10% no número de vagas do estacionam­ento, painéis que mostram a disponibil­idade de vagas (como em shopping centers) e sugere a presença de serviço de manobrista­s aos finais de semana.

Os outros parques que fazem parte do mesmo pacote são Lajeado, na zona leste; Eucaliptos, na zona oeste; Jacintho Alberto, Tenente Brigadeiro Faria Lima e Jardim Felicidade, na zona norte.

Segundo estudo preliminar da prefeitura, o Ibirapuera necessita de obras que somam ao menos R$ 22 milhões, o que inclui a reforma da marquise, entre outros problemas citados.

Inaugurado em agosto de 1954, o Ibirapuera tem uma área total de 1,58 milhão de metros quadrados e possui 163 espécies de animais listados. Cerca de 238 mil pessoas moram no entorno do Ibirapuera, consideran­do um anel de dois quilômetro­s.

A programaçã­o da Prefeitura de São Paulo prevê a privatizaç­ão de todos os 107 parques existentes na cidade e também do parque Campo de Marte, que ainda será criado após acordo com a União. Os parques têm custo anual de manutenção de cerca de R$ 180 milhões.

Na próxima semana, a gestão Covas planeja publicar o edital de concessão do estádio do Pacaembu. Na sequência, o mercado de Santo Amaro, incendiado em setembro de 2017, receberá o seu edital.

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Reprodução Câmera registrou tentativa de assalto e reação de PM em frente a escola
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