Folha de S.Paulo

Separatist­a deve assumir governo na Catalunha

- AFP Excepciona­lmente, a coluna não é publicada hoje

madri Um acordo político abriu o caminho para a escolha de Quim Torra como novo presidente da Catalunha, na Espanha. Com isso, deve haver um novo capítulo da crise entre os separatist­as da região e o governo central em Madri.

O partido radical de esquerda CUP (Candidatur­a de Unidade Popular) disse neste domingo (13) que vai se abster da votação para ratificar Torra como presidente no Parlamento regional, em sessão marcada para a segunda-feira.

Protegido do líder separatist­a Carles Puigdemont, que está na Alemanha aguardando extradição para a Espanha sob acusação de secessão, Torra havia tentando se eleger no sábado em Barcelona, mas os votos contrários da esquerda radical o barraram.

A escolha do editor Torra, 55, poderá encerrar a intervençã­o federal do governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que cassou Puigdemont e tomou controle direto da Catalunha.

Isso ocorreu após os separatist­as declararem uma “República Catalã”, em 27 de outubro do ano passado.

Rajoy convocou eleições em dezembro, mas os pró-independên­cia ganharam a maioria dos assentos. Puigdemont tentou se reeleger presidente, mas foi barrado pela Justiça e indicou Torra como preposto.

No sábado, Torra chamou o provável antecessor de “presidente legítimo”, indicando que a disputa com Madri deverá continuar.

A Catalunha é uma região rica, somando cerca de 20% do PIB espanhol. Tem língua e cultura próprias, mas é integrante do Estado espanhol desde o século 12. Pesquisas mostram que 40% de sua população apoia a separação. A hipótese de isso acontecer já afugentou empresas da região, temendo isolamento.

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