Folha de S.Paulo

Petrobras quer reajustes para alinhar preços domésticos a internacio­nais

-

A Cbic (entidade da construção) estuda reclamar no Cade (Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica) de reajustes de preços do asfalto feitos pela Petrobras desde 2017. Única empresa que vende asfalto no Brasil, a estatal decidiu acompanhar a cotação internacio­nal, como fez com preços da gasolina.

Clientes da Petrobras que atendem gestões públicas, porém, não conseguem reajustar de forma ágil, diz José Carlos Martins, presidente da Cbic.

“Estudamos levar a queixa ao Cade. Quem tem o monopólio como a Petrobras não pode aumentar unilateral­mente os preços nesse ritmo. É abuso do poder econômico.”

A estatal deveria dosar os aumentos para que fossem paulatinos, argumenta.

Permitir reajustes mais frequentes de contratos de obras é inviável porque gestores públicos receiam que órgãos de controle, como o TCU, não os aceitem, diz. A Abeda (associação das distribuid­oras) procurará o governo para tentar mudar a lei e permitir uma revisão mais amiúde de contratos públicos, de acordo com Felipe Pacheco, superinten­dente-executivo.

“Se o preço da matéria-prima varia com as cotações do petróleo, os valores com a administra­ção pública precisam ser reajustado­s na mesma proporção e rapidez”, afirma.

“No caso do combustíve­l, o distribuid­or pode repassar imediatame­nte. Em obras públicas, não”, diz Gustavo Barbosa, sócio da Serrabetum­e.

Em nota, a estatal afirmou que fez um acerto com o setor.

“A companhia esclarece que foi negociado um período de transição (entre fevereiro e abril) sem reajustes, considerad­o por ambas as partes como suficiente para permitir a adequação dos contratos entre distribuid­oras e seus clientes à nova dinâmica.” Reajustes de preço do asfalto 12 1º nov. 2017 1º jan. 2018 1º mai. 2018 Produção nacional* 2016 2017 2018

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil