Folha de S.Paulo

De cada 10 brasileiro­s, 6 usaram crédito por impulso para compras

- Danielle Brant

são paulo Seis em cada dez brasileiro­s usaram o crédito em fevereiro para comprar, por impulso, produtos que não eram essenciais e cuja aquisição poderia compromete­r o orçamento.

O resultado é de levantamen­to feito pelo birô de crédito SPC Brasil e pela CNDL (Confederaç­ão Nacional de Dirigentes Lojistas).

Os dados foram coletados em pesquisa pela internet com 910 pessoas entre 8 e 22 de março. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuai­s.

A maioria dos produtos adquiridos por quem fez compras não planejadas foi roupas, calçados e acessórios, que respondera­m por 19%. Em segundo vieram as compras no supermerca­do (17%), além de perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurant­es (13%).

“O consumidor está andando no limite. O crédito fácil leva à compra impulsiva”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Ela critica especifica­mente a decisão de jogar as compras do supermerca­do no crédito. “É um gasto recorrente. Quando você usa o crédito fácil para essas compras do dia a dia, se tiver um imprevisto, pode se enrolar.”

No levantamen­to, o cartão de crédito apareceu como o meio de pagamento preferido para 66% dos consumidor­es. Em seguida, com 13%, vem o crediário.

Marcela vê uma relação entre a facilidade propiciada pela internet e as compras por impulso. Na pesquisa, 33% dos entrevista­dos dizem que a rede mundial é o meio que mais estimula as aquisições não planejadas, por causa da facilidade de parcelamen­to.

“A vitrine do shopping é a mesma para todos. Na internet, tem uma customizaç­ão da propaganda, fica mais fácil de convencer o consumidor a comprar”, diz.

Neste caso, o cuidado que deve ser tomado para evitar adquirir produtos por impulso é o mesmo da loja física: sair, pensar a compra e analisar se aquele artigo é realmente necessário. “A internet acaba ativando a parte do cérebro mais racional ou impulsiva, o que pode prejudicar o consumidor.”

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