Ação eleitoreira vai na contramão da política da PM de reduzir letalidade
ANÁLISE são paulo Conhecido por apenas 9% da população, o governador paulista e candidato à reeleição Márcio França (PSB) não perdeu tempo e surfou a comoção causada pela ação da policial Katia da Silva Sastre.
No sábado (12), a policial estava de folga quando matou um ladrão que atacou um grupo de adultos e crianças, sua filha de sete anos inclusa, na frente da escola onde haveria uma festa de Dia das Mães.
As reações em rede social foram majoritariamente de elogio à corajosa ação da mãe PM. Especialistas irão discutir se ela colocou ou não as outras pessoas à volta em risco, mas o fato de a reação ter sido bem sucedida deu a senha a França.
A homenagem que ele fez a ela vai na contramão do esforço que a Polícia Militar paulista tem feito para reduzir a letalidade de suas ações. O ano passado registrou 927 mortos por PMs, o maior número da série iniciada em 2001.
Com a queda no número de homicídios no estado, policiais foram responsáveis por uma em cada cinco mortes do gênero em São Paulo em 2017.
O comando da zona leste da capital chegou a suspender férias que PMs envolvidos em mortes recebiam, visando acelerar apurações, mas recuou. O novo comandante da PM, coronel Marcelo Salles, pediu durante sua recente posse reflexão sobre a violência da tropa, e o primeiro trimestre teve queda de 17% nas ocorrências em relação ao mesmo período de 2017.
Para a PM, não se trata de criminalizar a ação do policial, e certamente as condições do episódio com Katia são especiais