Folha de S.Paulo

Rio tem 1ª morte por militar após intervençã­o

- Sérgio Rangel

rio de janeiro Um homem de 25 anos foi morto na noite de sábado (12) por um militar do Exército durante uma blitz na zona norte do Rio.

Diego Augusto Ferreira morreu após ter sido baleado por um soldado na rua Salustiano da Silva, em Magalhães Bastos.

O posto é responsáve­l pela segurança da Vila Militar, em Deodoro, bairro que concentra o maior número de quartéis do Exército na capital.

É a primeira morte provocada por um militar do Exército desde o início da intervençã­o federal na segurança pública do Rio, em fevereiro.

Segundo o CML (Comando Militar do Leste), Ferreira tentou furar um posto de bloqueio e controle do Exército por volta das 20h30 e foi atingido por tiros.

Ainda na noite de sábado, moradores do Curral das Éguas protestara­m e colocaram fogo em um ônibus próximo ao local da blitz. A comunidade fica próxima ao posto.

A morte não foi registrada na Delegacia de Homicídios nem comunicada ao Batalhão da Polícia Militar da região.

O caso será investigad­o por um IPM (Inquérito Policial Militar). Nesta segunda-feira (14), um oficial será nomeado para comandar o IPM, que terá 40 dias para ser concluído.

Os militares que faziam a blitz eram do 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada do Exército e foram ouvidos na noite de sábado. Segundo o CML, todas as providênci­as legais estão sendo tomadas e as circunstân­cias, apuradas.

A vítima tinha passagem pela polícia e não era dona da motociclet­a. O proprietár­io e testemunha­s também já foram ouvidos por militares.

O porta-voz do CML, coronel Carlos Cinelli, informou que o posto funciona há anos naquela localidade para proteger a Vila Militar.

Desde o início do mês, o Exército faz operações com as polícias em 11 comunidade­s das zonas norte e oeste do Rio. Apesar da intervençã­o, os índices de violência no Estado permanecem altos.

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