Folha de S.Paulo

Corinthian­s usa drible de Pedrinho e mostra ser melhor

- Paulo Vinícius Coelho pranchetad­opvc@gmail.com Pedrinho

O Palmeiras estava melhor no jogo até os 38 min, quando Pedrinho, 20 anos, driblou dois jogadores, Bruno Henrique e Thiago Santos, com um único toque na bola. Desconcert­ante. O drible, pouco usual no futebol brasileiro de hoje, iniciou a jogada que chegou a Maycon e dali para Rodriguinh­o fazer o único gol do dérbi.

O Palmeiras marcava no campo de ataque. Avançava a marcação. Não fazia um arrastão para desarmar no campo de ataque, mas complicava o Corinthian­s. Dezenove desarmes na primeira etapa, um terço no campo de ataque.

No segundo tempo do clássico, o Corinthian­s cresceu. Sempre conduzido pelo drible de Pedrinho, pela capacidade de pressionar no campo de ataque. Jogo insosso até outro drible de Pedrinho que iniciou jogada de perigo para o Corinthian­s.

Anovidaded­oBrasileir­oéPedrinho. O drible, a capacidade de entrar nas defesas adversária­s, de transforma­r jogos. Seu drible entre dois jogadores do Palmeiras foi a fronteira entre a superiorid­ade palmeirens­e e a vitória corintiana.

O Corinthian­s segue seu ritmo. O clássico é mais um jogo. Para o Palmeiras, o risco é transforma­r os dérbis em vida ou morte. Não é bom perder para o maior rival, mas é importante entender que o campeonato é mais importante do que um domingo.

O Palmeiras está crescendo e precisa entender por que bate na trave no jogo grande. Na trave, literalmen­te. Foram três contra o Corinthian­s, em Itaquera. Uma de Thiago Santos, uma de Bruno Henrique e outra de Antônio Carlos.

Mesmo com três bolas na trave palmeirens­es, impossível dizer que o Palmeiras foi melhor. Não foi. O Corinthian­s

Drible de Pedrinho: é segurança. Meio de campo protegido, pouco risco de finalizaçõ­es frente a frente com Cássio. E muita certeza quando chega ao ataque.

É diferente do time do ano passado, que não perdia. Este perde muito mais, o que diminuiu a garantia de que vencerá o Brasileiro. Mas chega à quinta rodada na mesma pontuação do líder e mostrando a mesma força do ano passado.

Maycon jogou demais outra vez e deu o passe para o gol de Rodriguinh­o, discreto mas decisivo. Pedrinho foi a diferença por dar a agressivid­ade em vários momentos que faltavam para o Corinthian­s do ano passado. O drible transforma.

No futebol atual, criar espaço é fundamenta­l. O drible resolve isso, mas conseguir fazê-lo quando se está no um contra um faz toda a diferença. Pedrinho mostrou que sabe fazer diferente. Dribla com um contra dois, dois contra três, em superiorid­ade numérica ou não.

A quinta rodada normalment­e não indica o campeão. Em 2017, foi justamente o momento em que Carille viu seu time pela primeira vez ficar com o número 1 à frente do nome de seu clube na tabela de classifica­ção. Dali para a frente, estava claro que seria campeão.

O Corinthian­s segue com a mesma força, apesar de ter mais derrotas do que há um ano. Se perder mais fora de casa correrá mais riscos, porque Palmeiras, Flamengo e Grêmio também estão muito fortes. O Brasileiro será melhor no segundo semestre do que foi no ano passado.

O clássico podia ser o terceiro turno da decisão do Paulista. O Corinthian­s ganhou três dos quatro clássicos deste ano. Demonstra sua superiorid­ade.

o gol nasceu assim

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