Vídeos demoram de 6 a 10 semanas para ficarem prontos
anos, ele encontrou um animal abandonado em uma fazenda próxima de onde vivia. Depois de convencer a mãe, levou para casa a pequena Shelly, primeira de uma dinastia de sete bichinhos: Jess, Maisy, Hugh, Lilly, Poppy e Teddy.
Apesar de Jess e Hugh já terem morrido, Teddy, Maisy, Poppy e Lily continuam servindo de inspiração para os vídeos. Foi o pequeno Teddy, aliás, que inspirou um personagem que surgiu mais tarde nas animações: o amigável filhote, que gosta de agradar o dono —e, consequentemente, irritar o irmão mais velho— e não consegue ficar um frame parado. Nada, aliás, que fuja muito do comportamento dos milhões de filhotes que existem por aí.
E esse é um dos principais motivos que explicam a falta de nome dos personagens: sem identificação, eles podem ser quaisquer bichinhos, inclusive os de quem assiste.
“Eles podem ser os gatos de qualquer pessoa, e o fato de não terem um nome deixa tuações Desenhados quadro a quadro, em sua maioria em preto e branco, os vídeos de Tofield geralmente levam de seis a dez semanas para ficarem prontos, a depender da história.
Como, à medida que os anos se passaram, outros personagens —como o cachorro da irmã de Simon— começaram a surgir, as narrativas ficaram um pouco mais complicadas de produzir. Essas mudanças, no entanto, foram acompanhadas por uma melhoria nas condições de trabalho: inicialmente sozinho, hoje o animador trabalha com uma equipe de cerca de dez pessoas.
O principal criador das histórias, no entanto, continua sendo ele mesmo, que também é responsável por fazer os efeitos sonoros.
“As animações são tão cheias de humor e de personalidade que me pareceu melhor usar sons exagerados que realmente combinassem com os personagens.”
Para não dizer que tira tudo do nada, Tofield cita algumas de suas referências: o ilustrador inglês Angus McBride (1931-2007) e o cartunista americano Bill Watterson, criador da série Calvin e Haroldo. No Brasil, a celebridade felina Chico, da página Cansei de Ser Gato, ajuda a inspirar os trabalhos.
Mas, em meio a todo o sucesso dos vídeos, dos livros e dos produtos que colecionou ao longo dessa última década, Tofield diz ter um remorso: nunca ter conseguido atingir seu público alvo.
“Eu sempre me sento com os meus gatos para tentar mostrar os filmes. Eles, no entanto, sempre se interessaram mais em dormir profundamente no meu colo.”