Folha de S.Paulo

Ex-espião informou europeus sobre atividades russas

- Reuters

são paulo e berlim O ex-espião russo Sergei Skripal fez apresentaç­ões a autoridade­s de inteligênc­ia da União Europeia e dos Estados Unidos nos últimos anos, informaram nesta segunda-feira (14) os jornais The Guardian e The New York Times, afirmando que este pode ter sido o motivo pelo qual ele tenha sido envenenado.

Pelo menos nos últimos dez anos, Skripal deu palestras regulares em universida­des, academias militares e outros grupos interessad­os em inteligênc­ia, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

De acordo com a revista tcheca Respekt, Skripal esteve em Praga em 2012, quando informou autoridade­s sobre os métodos de espionagem russas. Espiões tchecos também se encontrara­m com Skripal no Reino Unido pelo menos uma vez, informou a revista, citada pelo Guardian.

Segundo o New York Times, ele esteve na Estônia em 2016 e viajava com muita frequência para vários países, em viagens provavelme­nte aprovadas pelo governo britânico.

Skripal e sua filha Iulia foram envenenado­s pela substância neurotóxic­a Novichock em Salisbury, na Inglaterra, em março. O Reino Unido acusa a Rússia de estar por trás do envenename­nto, mas o Kremlin nega. O caso levou a uma crise diplomátic­a entre Londres e Moscou.

Em Berlim nesta segunda, o chefe do MI5 —serviço de inteligênc­ia britânico—, Andrew Parker, acusou o Kremlin de “violações das regras internacio­nais” e afirmou que o ataque contra os Skripal era um exemplo das “atividades malignas” da Rússia que ameaçam transforma­r o país em um “pária”.

“Mentir descaradam­ente parece ser o modo padrão [russo], aliado ao ridículo dos críticos”, afirmou.

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