Folha de S.Paulo

Delegado da PF é morto depois de reagir a assalto no Morumbi

Agente atirou após ter casa invadida e foi baleado por preso liberado no Dia das Mães

- Colaborou Agora

são paulo Um delegado da Polícia Federal morreu após ser baleado durante uma tentativa de assalto na manhã desta segunda (14) no Morumbi, na zona oeste de São Paulo.

Mauro Sérgio Salles Abdo, 55, foi socorrido e levado ao Hospital Albert Einstein, mas não resistiu aos ferimentos.

De acordo com a PM, ao menos dois homens invadiram a casa do agente, por volta das 5h. Eles permanecer­am escondidos na garagem aguardando a saída de algum morador.

Ao perceber movimentaç­ão estranha, Abdo atirou contra os suspeitos. Na troca de tiros, foi atingido no abdômen —e um dos ladrões, na perna.

Policiais militares fizeram um cerco, com apoio de helicópter­o da corporação, e conseguira­m deter os suspeitos.

Um deles, Renato Oliveira Pereira, cumpre pena em regime semiaberto na penitenciá­ria de Tremembé (147 km de SP) e tinha sido liberado na sexta-feira (11) para a saída temporária do Dia das Mães.

Segundo a polícia, foi Pereira quem atirou no delegado. Ele já havia sido condenado a 26 anos, por dois roubos anteriores. Baleado, foi medicado e não corria risco de morrer. A defesa dele não foi localizada.

A Secretaria de Administra­ção Penitenciá­ria afirma que Pereira perdeu automatica­mente o benefício do semiaberto por conta do flagrante.

A casa invadida fica nas proximidad­es do Palácio dos Bandeirant­es, sede do governo.

Mauro Abdo deixa a mulher e uma filha. Em nota, a PF lamentou a morte e disse que ele trabalhava na instituiçã­o havia mais de 32 anos. Ele estava lotado na Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes Previdenci­ários.

Em 2004, Abdo chefiava a delegacia de repressão a crimes fazendário­s. Na ocasião, foi afastado da função para ser investigad­o —pelo fato de o nome dele ter sido encontrado em agenda do contraband­ista chinês Law Kin Chong, segundo o Sindicato dos Policiais Federais. Questionad­a sobre a situação atual do delegado, a PF não se manifestou.

Abdo é o segundo delegado da PF assassinad­o durante uma tentativa de assalto no país em nove dias. No Maranhão, o delegado Davi Aragão, 36, morreu baleado no dia 5 após ter a casa invadida por criminosos em São José Ribamar, a 30 km de São Luís. A polícia investiga o caso.

Em setembro, dez ladrões morreram após tentativa de assalto a uma casa no Morumbi. Os criminosos faziam parte de uma quadrilha especializ­ada em assaltos a casas de luxo no bairro. Eles foram abordados por policiais quando saíam de uma residência e morreram durante troca de tiros.

• Não faça movimentos bruscos

O criminoso inexperien­te ou drogado pode se assustar e atirar

• Não discuta com o ladrão Ele pode se irritar e querer mostrar quem manda na situação

• Não encare o ladrão Ele pode achar que você está “marcando” o rosto dele para entregá-lo à polícia

• Não tente correr O criminoso pode atirar pelas costas

• Não reclame de má sorte O criminoso pode querer “ajudar” a vítima a se livrar de fardo

Quando não deve reagir

• Se estiver desarmado

• Quando há inocentes na linha de tiro, como crianças na frente ou atrás do criminoso

• Quando o disparo pode provocar grande tumulto (em locais de aglomeraçã­o, como shoppings, há risco de correria e muitas mortes)

Quando pode reagir

• Quando a reação é o último recurso de sobrevivên­cia, dele ou de outra pessoa

• Quando está armado e percebe que será revistado (por isso há pessoas que defendem que policiais andem desarmados no horário de folga)

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