Folha de S.Paulo

‘Han Solo’, longa paralelo de ‘Star Wars’, estreia no evento e acerta no tom cômico

- GG

cannes “Han Solo”, segundo spin-off do universo “Star Wars”, estreou em Cannes nesta terça com uma delegação de stormtroop­ers no tapete vermelho e baixas expectativ­as da Disney —que não estaria satisfeita com o desempenho do ator principal (Alden Ehrenreich) nem com o roteiro e chegou a trocar a direção.

O resultado, contudo, pode agradar aos que gostaram mais de “Rogue One”, o outro spin-off, do que da nova trilogia, que gerou frutos em 2015 e 2017 e se fechará em 2019.

Até por não fazer parte da saga oficial, o longa de Ron Howard se permite brincar com os elementos criados por George Lucas sem as amarras que tiram o brilho de “O Despertar da Força” e “Os Últimos Jedi” (repetecos dos arcos dramáticos da trilogia original).

“Han Solo” dá conta da juventude do personagem-título, isto é, de como ele criou a couraça malandra que Harrison Ford deu a conhecer.

Aqui, quem veste seu colete é Ehrenreich, 28, cuja carreira até então contava com uma franquia malfadada (“Dezesseis Luas”) e papéis de coadjuvant­e Chewbacca posa no festival francês

em “Ave, César”, “Tetro” e outros filmes.

O semimiserá­vel Solo escapa de seu planeta natal, um misto de lixão e ferro-velho, para virar piloto. Mas antes precisa se aliar a mercenário­s que planejam um roubo.

Logo no início ele topa com o seu fiel aliado, o peludo Chewbacca (detalhes de como isso se dá tirariam a graça). Ainda mais interessan­te é seu encontro com o rival Lando Calrissian (o também rapper Daniel Glover, de “This Is America”), que acrescenta mais charme ao filme.

Amigo de George Lucas, Howard não deixa de promover um espetáculo pirotécnic­o, mas apoia-se muito menos na computação gráfica do que seus antecessor­es. Também acerta ao tomar emprestado­s elementos do “heist movie”, o gênero dos filmes de assalto.

E Ehrenreich não é o desastre que se anunciava. Ao contrário; incorpora os maneirismo­s de Ford e acrescenta camadas mais ternas, sem deixar de lado o humor. O que “Rogue One” acertava no tom sombrio, “Han Solo” reequilibr­a com comicidade.

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Loic Venance/AFP

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