Agressores de manifestante contrário a Lula são presos
Ex-vereador de Diadema e filho foram acusados de tentativa de homicídio
são paulo O ex-vereador de Diadema (SP) Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e seu filho Leandro Eduardo Marinho, ambos petistas, foram presos após se apresentarem nesta quarta (16) à Polícia Civil de São Paulo.
Os dois tiveram a prisão decretada pela juíza da 1ª Vara do Júri de São Paulo, Debora Faitarone, na sexta (11), sob acusação de tentativa de homicídio de um manifestante contrário a Lula em frente ao instituto do ex-presidente, na zona sul de São Paulo, em abril.
O desembargador César Augusto Andrade de Castro, do Tribunal de Justiça paulista, negou liminar em pedido de habeas corpus à dupla.
De acordo com a advogada de Maninho e do filho dele, Patricia Cavalcanti, a apresentação foi espontânea. “A defesa vai continuar com recursos e com ingressará pedido de habeas corpus nesta sexta [18], ou, no máximo, na segunda [21]. Não houve tentativa de homicídio, mas uma lesão corporal”, disse a advogada.
Ela também rechaçou que tenha havido crime hediondo, como pontuado no decreto de prisão, bem como uso de crueldade contra a vítima —o administrador Carlos Alberto Bettoni, 56.
A agressão aconteceu na noite de 5 de abril, logo depois de o juiz federal Sérgio Moro decretar a prisão do ex-presidente Lula. O empresário, que foi à frente do instituto, foi empurrado, bateu a cabeça na lateral de um caminhão e foi hospitalizado com traumatismo craniano. Ele ficou 20 dias internado na UTI e está agora fora de risco, em casa.
“Eles não oferecem nenhum risco à ordem pública, reagiram a uma ação, a uma provocação. Mas o processo está ainda na fase inicial e eles buscarão a liberdade deles”, definiu a advogada dos petistas.
O ex-vereador e o filho foram denunciados por tentativa de homicídio duplamente qualificado, com as agravantes de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, pai e filho seguirão para a penitenciária de Tremembé.
Na decisão, a juíza Faitarone pontuou que, pelas imagens de vídeos publicados pela imprensa, sobre o caso, “a vítima, por diversas vezes, pediu para que os réus mantivessem a calma. Ela ergueu o braço, com a palma da mão aberta e implorou para que eles cessassem as agressões”, ponderou. “A liberdade dos acusados geraria, na sociedade, uma enorme sensação de impunidade e a impunidade é um convite ao crime.”