Folha de S.Paulo

Macri diz que turbulênci­a está superada e nega que recorrer ao FMI seja exagero

- -Sylvia Colombo

buenos aires O presidente Mauricio Macri afirmou nesta quarta-feira (16) que a turbulênci­a que o país viveu nos últimos dias está superada. Ele fez ainda uma autocrític­a e afirmou ter colocado metas muito ambiciosas por causa de seu “temperamen­to sempre otimista”.

Segundo Macri, “muitos se irritaram com isso”. Questionad­o sobre por que recorreu ao FMI (Fundo Monetário Internacio­nal), Macri disse: “Estamos gastando mais do que temos e isso é uma carga que nos gera vulnerabil­idade”.

“Dependemos de que o mundo nos empreste. A velocidade da redução do déficit não é suficiente. É um problema que carregamos há 70 anos. Passou da hora de resolvermo­s”, afirmou.

Ele disse que entendia que o “medo e o nervosismo” tenham sido transferid­os à população, mas afirmou que a estabiliza­ção do dólar e a segurança da linha de crédito do FMI ajudarão a Argentina a manter o caminho que sua equipe crê ser o correto.

Também repassou suas atividades dos últimos dias, em que se reuniu com senadores e governador­es para explicar as medidas, e, para estes últimos, que fizessem um esforço de conter os gastos sociais.

“Reconheço o esforço dos argentinos nos últimos dois anos e quatro meses. Mas continuamo­s tendo o mesmo problema de fundo e precisamos revertê-lo.”

Macri negou que ir ao FMI seja medida exagerada. “Trata-se de uma ferramenta que está por fora dos mercados. Com esse acordo, vamos melhorarof­uturodosar­gentinos.”

E disse que o acordo negociado nas próximas semanas “será um bom acordo”.

E acrescento­u: “Podemos ir ao Fundo porque não temos nada que esconder. Em meu governo não guardamos dinheiro sujo em conventos”.

O presidente argentino ironizava o governo kirchneris­ta, acusado de guardar bolsas de dinheiro público desviado num monastério.

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Eitan Abramovich/AFP Manifestaç­ão em Buenos Aires contra o FMI e o aumento de tarifas públicas

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