Folha de S.Paulo

Facebook diz ter apagado 583 milhões de contas falsas no 1º trimestre

Rede social divulga relatório de ações para controlar práticas abusivas após escândalos de notícias falsas e vazamento de dados

- Filipe Oliveira Reuters

são paulo O Facebook apagou 583 milhões de contas falsas no primeiro trimestre, segundo relatório em que a rede social detalha, pela primeira vez, ações para controlar práticas abusivas.

Segundo o Facebook, na maioria dos casos, as contas foram identifica­das em minutos. A rede estima que, mesmo com os perfis deletados, entre 3% e 4% das contas ativas no período fossem falsas.

A empresa também afirma ter apagado 837 milhões de mensagens considerad­as spam em seis meses. Em quase todos os casos, a companhia não dependeu de um aviso de usuário para identifica­r as mensagens inadequada­s —o serviço foi feito a partir da inteligênc­ia artificial.

A publicação dos números acontece em um momento no qual ganha relevância a discussão sobre a responsabi­lidade das redes sociais pelo conteúdo disseminad­o a partir delas.

Entre os casos que trazem o assunto à tona estão o impacto das fake news na eleição de Donald Trump e o vazamen-

foi o quanto as ações do Facebook já subiram desde seu pior momento do ano, em 27 de março, após a divulgação do escândalo do vazamento de dados; no período, o papel subiu de US$ 152,22 para US$ 183,20

to de dados pessoais de 87 milhões de usuários para a consultori­a Cambridge Analytica, também para distribuir conteúdo favorável ao republican­o.

Na esteira da maior vigilância que vem sofrendo, a empresa já havia divulgado, em abril, quais os critérios usados na hora de definir se uma postagem é permitida ou não.

Imagens com conteúdo sexual ou nudez foram as mais retiradas da rede. Segundo o Facebook, foram 21 milhões de fotos apagadas no primeiro trimestre, 96% identifica­das pela própria empresa.

A rede também apagou ou colocou mensagens de aviso em 3,5 milhões de imagens que continham violência, 86% delas identifica­das a partir de tecnologia.

A companhia também se dedicou à remoção de postagens com discursos de ódio. Porém a empresa admite ainda ter dificuldad­e para automatiza­r essa tarefa e depender da análise humana.

Foram removidos 2,5 milhões de postagens do tipo, 38% sem a necessidad­e de notificaçõ­es de usuários.

O desafio para melhorar o índice de postagens apagadas automatica­mente, segundo a empresa, é desenvolve­r a inteligênc­ia artificial para que ela seja capaz de entender o contexto em que a postagem é feita, se ela é uma agressão a alguém ou uma descrição de violência que o usuário sofreu, por exemplo. bruxelas Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, aceitou comparecer ao Parlamento Europeu para responder a questões sobre o vazamento de dados de usuários da rede social.

Ainda não há data definida para o depoimento, mas ele deve acontecer até o fim da próxima semana.

Zuckerberg já depôs sobre o caso Cambridge Analytica no Congresso dos EUA, mas não compareceu a um convite feito pelo Parlamento britânico —enviou um subordinad­o em seu lugar.

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