Fósseis de Curitiba
IMPORTÂNCIA
Alguns animais se assemelham aos de hoje, outros foram extintos. O estudo ajuda a entender como se deu a evolução na América
dores avaliam que outras surpresas devem aparecer.
Além de especialistas da UFPR (Universidade Federal do Paraná), que comandam a pesquisa, trabalham no projeto enviados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
No período em que os animais viveram, o continente sul-americano era descolado dos demais (inclusive da América do Norte), fazendo com que a fauna tivesse características peculiares.
Bichos semelhantes foram encontrados somente na Patagônia argentina, levando a crer que haveria um bolsão de ligação da região até o litoral do Paraná.
Para os pesquisadores, os achados ajudam a elucidar como se deu a evolução das espécies na América Latina. “São bichos primitivos, mas essenciais para entender o que houve nos 60 milhões de anos em que a América do Sul ficou completamente isolada”, diz o professor e paleontólogo da UFPR, Fernando Sedor.
O presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, Renato Ghilardi, diz que o trabalho é visto com interesse no meio científico pela possibilidade de desvendar enigmas do passado.
“Há uma série de controvérsias sobre as rotas migratórias de animais e sobre como no passado eles estavam inseridos”.
O terreno em que os fósseis foram encontrados era utilizado pela universidade há mais de 20 anos, para aulas de geologia. Mas somente em 2013 os primeiros fragmentos de animais apareceram. E o reconhecimento só veio com a publicação do estudo na revista científica americana Journal of Mammalian Evolution, uma das mais bem conceituadas do mundo sobre mamíferos.
O local é um espaço privilegiado: fica ao lado de uma via de acesso importante de Curitiba —a avenida Juscelino Kubitschek— e perto de fábricas e indústrias.
Por causa disso, acabou se tornando alvo de tentativas de ocupações irregulares e especulação imobiliária. A última tentativa de ocupação irregular do terreno aconteceu no ano passado. Antes de começarem a construir no local, as pessoas foram removidas pela prefeitura.
Por causa dos riscos de prejuízo ao trabalho científico, a UFPR e o município de Curitiba formalizaram um acordo para transformar o terreno em um parque da cidade. O tombamento da área como de relevante interesse ecológico foi assinado pelo prefeito Rafael Greca (PMN) em 29 de março.
A ideia é que, no parque, as pessoas possam ver o trabalho dos pesquisadores em tempo real e até simular o trabalho de um paleontólogo — algo que pode agradar especialmente os fãs da série de filmes “Jurassic Park”.
O parque deve ser aberto ao público e para escolas no segundo semestre do ano que vem, segundo a prefeitura.
“No momento estamos tomando providências para cercar a área”, afirma a secretária de Meio Ambiente de Curitiba, Marilza Oliveira Dias, como uma maneira de impedir novas tentativas de invasão e preservar o local. Bichos pré-históricos são achados em área de invasão no Paraná crododiliano terrestre epidolopídeos. esparassodontes. astrapotério tipotérios Ave