Folha de S.Paulo

Em novo dia de instabilid­ade, dólar sobe e chega a R$ 3,74

Comunicaçã­o confusa do BC sobre juros causa turbulênci­a, afirmam analistas

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O mercado financeiro brasileiro teve novo dia de instabilid­ade ontem. O dólar chegou à máxima de R$ 3,77 e fechou em R$ 3,74, maior nível desde 15 de março de 2016. A Bolsa caiu 0,65%. Diante da turbulênci­a, o Banco Central foi forçado a ampliar sua atuação no mercado cambial pela segunda vez na semana.

O CDS (que mede o risco dos países) subiu, e a negociação de títulos públicos foi temporaria­mente suspensa.

Para analistas, a instabilid­ade é efeito de comunicaçã­o confusa do BC sobre os juros. Na quarta, a instituiçã­o manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano, contradize­ndo a sua sinalizaçã­o até ali, de corte.

O diferencia­l de juros do país em relação à taxa dos EUA também é um dos fatores que têm provocado a valorizaçã­o do dólar ante o real. Quando ele diminui, neste caso em razão da alta dos juros americanos, a tendência é de elevação da moeda na comparação com divisas de países emergentes.

Ontem, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou que a desvaloriz­ação do real reflete movimento global. “O que podemos fazer é evitar a excessiva volatilida­de,” disse. De acordo com ele, é cedo para avaliar a duração da turbulênci­a cambial, mas o país está preparado para enfrentá-la.

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