Condenado a mais de 30 anos de prisão, ex-ministro José Dirceu se entrega em Brasília
brasília O ex-ministro José Dirceu (PT) se entregou à Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (18), em Brasília. Após passar por exames no Instituto Médico Legal (IML), ele foi conduzido ao complexo penitenciário da Papuda, onde deve permanecer até uma decisão definitiva sobre o local de cumprimento da pena.
Em setembro de 2017, Dirceu teve sua pena aumentada na segunda instância para 30 anos e 9 meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na quinta (17), foi expedido o mandado de prisão depois que ele teve recurso negado no Tribunal Regional Federal.
Na Papuda, Dirceu foi encaminhado para o bloco 5 do Centro de Detenção Provisória —o mesmo onde está preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima. O local abriga ex-policiais, idosos, políticos e presos com formação superior.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, o ex-ministro foi colocado em uma cela coletiva de aproximadamente 30 metros quadrados que tem camas tipo beliche, chuveiro e vaso sanitário.
O órgão de segurança ressaltou que, assim como os outros detentos do sistema prisional, Dirceu terá direito a quatro refeições diárias —café da manhã, almoço, jantar e lanche noturno— e duas horas de banho de sol por dia.
No mandado de prisão, foi estabelecido que Dirceu deveria se entregar até as 17h desta sexta. Pouco antes das 14h, acompanhado de um advogado, ele deixou seu apartamento no setor Sudoeste, região nobre da capital federal, e se apresentou às autoridades.
Antes de se entregar, Dirceu passou o dia em casa com a filha. De acordo com o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), que tomou café da manhã com o petista, o amigo passou as últimas horas em liberdade revisando um livro que pretende publicar.
Inicialmente, estava previsto que Dirceu seria levado ao Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba, onde há uma ala reservada para presos da Lava Jato. O roteiro mudou depois que o petista se entregou.
Dirceu já foi preso antes: durante a ditadura, quando era líder estudantil, e no escândalo do mensalão, além da própria Lava Jato.