Folha de S.Paulo

Temer deve anunciar desistênci­a de reeleição em evento do MDB

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brasília O presidente Michel Temer avalia anunciar oficialmen­te na próxima terça (22) a desistênci­a de uma candidatur­a à reeleição. No mesmo evento, ele deve comunicar seu apoio ao ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como o nome do MDB para disputar o Palácio do Planalto em outubro.

A ideia é de que o anúncio seja feito em evento que lançará o documento “Encontro com o Futuro”, que será usado como a plataforma do partido para a sucessão presidenci­al.

Em conversas reservadas, o presidente reconhece não ter viabilidad­e eleitoral para disputar o cargo. Ele tem dito que aumentou o volume de críticas desde que manifestou interesse em seguir no posto.

Apesar de já ter sido convencido a formalizar na terça sua desistênci­a, Temer disse a auxiliares que só tomará a decisão final na noite de segunda (21), quando fechará seu discurso para o encontro.

A ideia inicial do presidente era confirmar a sua desistênci­a apenas em julho, às vésperas das convenções partidária­s.

Sob pressão de seu próprio partido, contudo, ele decidiu antecipar o anúncio.

A cúpula da sigla vem reclamando que a insistênci­a dele de manter a candidatur­a estava atrapalhan­do as negociaçõe­s com partidos aliados para a formação dos palanques nacionais e estaduais.

Na última pesquisa Datafolha, de abril, o governo do emedebista apareceu com um índice de 70% de rejeição. Para a disputa deste ano, ele tem 2% das intenções de voto, e 64% não votariam nele de jeito nenhum.

O ex-ministro da Fazenda também tem um percentual baixo, de 1%, mas o seu índice de rejeição é bem menor, de 17%.

Com a decisão de não ser candidato, Temer já escalou o presidente do conselho nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), João Henrique Almeida Sousa, e o marqueteir­o Elsinho Mouco para a campanha presidenci­al de Meirelles.

O documento que será lançado é uma espécie de continuaçã­o do “Ponte para o Futuro”, de outubro de 2015, criado às vésperas do impeachmen­t de Dilma Rousseff.

O texto de 2015 trazia uma análise conjuntura­l do país e estabeleci­a metas a serem cumpridas. Ele foi usado como base para o governo Temer, que assumiu o comando do Planalto em maio de 2016.

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