Folha de S.Paulo

PARA SEMPRE

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O ex-ministro José Dirceu segue firme na intenção de jamais aderir a um acordo de delação, apesar da perspectiv­a de talvez nunca mais sair da prisão.

vitrola Figura central do PT, ele diz que “nem em música” considerou algum dia a hipótese de fazer colaboraçã­o premiada. “Nem em samba-canção”, afirma. “No Exército Vermelho [da antiga União Soviética] tinha um ditado: para ser covarde, é preciso ter coragem. Porque os traidores eram sumariamen­te eliminados pelo comissário político na frente de batalha.”

tormentos “Eu fui formado numa geração em que a delação é a perda da condição humana. A maioria [das pessoas presas na ditadura] não delatou nem mesmo sob torturas que as destruíam psicologic­amente, fisicament­e. Muitas ficaram com sequelas e carregam até hoje aqueles tormentos, como é o caso da própria [ex] presidente Dilma”, segue ele.

letras Antes de ser preso, o ex-ministro terminou de escrever uma biografia, que será lançada pela Geração Editorial.

lágrimas Apesar das mensagens enviadas na quinta (17) a grupos de WhatsApp em que aparentava firmeza e força, Dirceu chegou a chorar em conversas com alguns amigos antes de ser preso.

endereço O petista pensava, num primeiro momento, em tentar cumprir a pena no Complexo Médico Penal, no Paraná, para onde esperava que Lula fosse transferid­o. A decisão do ex-presidente de permanecer onde está fez com que Dirceu preferisse ficar em Brasília.

dolorosa A Prefeitura de São Paulo terá que pagar R$ 1.000 ao advogado Vitor Marques por causa de uma ação popular movida por ele e pelo presidente municipal do PT, Paulo Fiorillo, contra João Doria. Eles questionav­am o decreto que garantia segurança pessoal da PM ao prefeito mesmo depois de deixar o cargo.

dolorosa 2 A ação foi extinta já que a prefeitura revogou o decreto. O juiz, no entanto, entendeu que a administra­ção terá que arcar com os honorários advocatíci­os. Marques diz que doará a quantia a uma entidade social. 1 2

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