‘Brasil do Casseta’ passa o país a sujo sem poupar ninguém
Coordenados por Eduardo Bueno, humoristas dão um chute na bunda do politicamente e literariamente correto LIVROS
Brasil do Casseta - Nossa História Como Você Nunca Riu
Vários autores. Ed. Sextante, R$ 49,90 (240 págs.) “O livro é como a antologia de si mesmo”, definiria com precisão cirúrgica “Brasil do Casseta - Nossa História Como Você Nunca Riu”.
É um grupo que fez de tudo: show, teatro, cinema, TV e o escambau. Mas a frase foi usada por Haroldo de Campos numa resenha sobre “Serafim Ponte-Grande” (1933), de Oswald de Andrade.
O livro dos cassetas tem ilustre ascendência: vem do Samba do Crioulo Doido de Stanislaw Ponte Preta, codinome de Sérgio Porto.
E, muito mais longe, vem também do baiano Gregório de Matos (1636-1696), o Boca do Inferno, que sacaneava Deus e o mundo com seus sonetos satíricos. Por ironia do destino, foi escolhido para ser patrono da cadeira 16 da ABL, que certamente não pouparia.
A vantagem que os cassetas levam sobre os outros humoristas é que são um time, um Real Madrid de craques do humor: Hélio de La Peña, Marcelo Madureira, Beto Silva, Cláudio Manoel e ReinalAlgumas do Figueiredo.
Além do mais, o livro foi bolado e coordenado pelo mestre Eduardo Bueno, o Peninha, autor do já clássico “A Viagem Descobrimento”, em que passa a limpo, ou melhor, a sujo, o que nos impingiram nas aulas de história. Peninha deu o dever de casa para os cassetas e eles tiraram dez, nota dez. Deram um chute na bunda do politicamente e literariamente correto (uso e abuso de trocadilhos, por exemplo).
Sobrou para todo mundo, a começar pelos títulos dos capítulos: “Bandeirantes, os Primeiros Hooligans”, “A Proclamação da Republiqueta”, “Ditadura Não é Mole, não”, “A Inconfidência Maneira”, “A Primeira Guerra a Gente Nunca Esquece (guenta, Olivetto!)”, “Já Era Vargas” e por aí vai.
amostras: “Em 1553, Tomé de Souza encheu o saco do Brasil e pediu ao rei para voltar para Portugal. Foi substituído por Duarte da Costa, o primeiro representante de uma escola de governar que virou tradição no Brasil nos séculos seguintes. Tinha como premissa a ideia de que o papel de governante é o de não fazer quase nada e roubar quase tudo” (Cláudio Manoel ).
“O Duque de Caxias tomou Assunção de assalto saqueando milhares de produtos made in China. Quem também participou da batalha foi o Conde d’Eu, mas apenas como trocadilho infame” (Hubert).
Reinaldo, que também escreve pra caceta, enriquece o livro com cartuns sensacionais. E agora —tá ligado, mano?— Onça-pintada é o nosso maior troféu, ela também da família Panthera, só menor que o leão e o tigre dentre os grandes mamíferos carnívoros do mundo. Entre nós povoa a imaginação das pessoas, pela beleza de sua cor dourada e pela força e astúcia de sua caçada. Onde vive, da América Central até a Patagônia, não há entre os bichos quem possa com ela: é top de linha.
Os índios —que lhe deram o nome internacional, jaguar (vem do tupi ya-gwar)— a cultivam em seus rituais e pajelanças. E não há pescador ou mateiro que não saiba uma boa história de onça, geralmente mentira.
Historicamente, onça e homem no Pantanal sempre foram inimigos: um via o outro e saía correndo (no caso da onça); ou ia buscar um jeito de matá-la (no caso do homem).
A desculpa era que ela aterrorizava as pessoas ou dava prejuízo no gado. Seu único e implacável predador, o homem, nunca a deixava sossegada; assim que o via, ela sumia no mato. Essa situação está passando por uma modificação dramática e alegre no Pantanal, que é a vitrina da onça no Brasil. Haverá mais delas na Amazônia, mas lá ninguém vê, por causa da mata.
Hoje em dois ou três lugares no Pantanal, tanto no Mato Grosso de Cuiabá quanto no de Campo Grande, se você sair de carro ou de barco para ver onça, é quase certo que verá. Por causa da proibição da caça e do aumento da consciência ecológica do povo, a onça, mesmo observada por um grupo às vezes ruidoso de pessoas, não foge mais.
A mudança do status da onça-pintada no Pantanal é resultado da união de empresários criativos e pesquisadores, os quais, a partir do trabalho pioneiro de George Shaller e Peter Crawshaw, fazem observação da onça na natureza.
O livro “A Onça na Cultura Pantaneira” dá conta de uma experiência que se faz na Estância Caiman, em Miranda (MS). É um trabalho controlado de “habituação” da onça diante de humanos —nada a ver com domesticação.
O projeto Onçafari permitiu juntar os objetivos de Roberto Klabin, da Estância, com os do ex-corredor de F1 Mário Haberfeld, no sentido de conscientizar as pessoas de que onça viva vale mais que morta. Com trabalho de biólogos e guias, e de armadilhas fotográficas que permitem registrar a movimentação dos animais, hoje eles conhecem cada onça do lugar, com no- LIVROS ELETRÔNICOS
No Brasil **
1º O Milagre da Manhã
Hal Elrod - ed. Record
A Sutil Arte de Ligar o Foda-se
Mark Manson ed. Intrínseca
Mais Forte que o Sol Julia Quinn - ed. Arqueiro
Seja Foda! Caio Carneiro - ed. Buzz
A Sorte Segue a Coragem! Mario Sergio Cortella - ed. Planeta
2º
No exterior ***
1º Widow Carla Neggers ed. MIRA
Mistress of Justice Deaver ed. Bantam
The End of the Affair Graham Greene ed. Open Road Media
Only Yours
Susan Mallery - ed. HQN Books
The Fallen David Baldacci - ed. Grand Central Publishing
2º 3º 4º 5º
NACIONAIS ROMANCE
Elza, a Garota
Jeffery Sérgio Rodrigues, ed. Companhia das Letras, R$ 49,90 (184 págs.) Com mistura de reportagem e ficção, o livro reconstrói a história de Elza Fernandes, assassinada pelo Partido Comunista do Brasil, em 1936, aos 16 anos, durante a Era Vargas.
As Aventuras na Netoland com Luccas Neto Lucas Neto ed. Pixel - R$ 19,90 (64 págs.)
Felipe Neto - A Vida por Trás das Câmeras Felipe Neto ed. Pixel - R$ 19,90 (64 págs.)
A Parte que Falta Shel Silverstein - ed. Cia das Letrinhas R$ 44,90 (112 págs.)
Extraordinário R. J. Palacio - ed. Intrínseca - R$ 34,90 (320 págs.)
Planeta das Gêmeas - A Diversão É Aqui Melissa e Nicole - ed. Astral Cultural - R$ 24,90 (64 págs.)
As Crônicas de Nárnia - Vol. Único C. S. Lewis - ed. Wmf Martins Fontes - R$ 99,90 (752 págs.)
Bela Bagunça Isabela Castro ed. Astral Cultural - R$ 34,90 (128 págs.)
Felipe Neto - A Trajetória de um dos Maiores Youtubers do Brasil Felipe Neto - ed. Ediouro R$ 19,90 (64 págs.)
O Pequeno Príncipe - Livro de Bolso Antoine De Saint-Exupéry - ed. Agir - R$ 11,90 (96 págs.)
A Parte que Falta Encontra o Grande O Shel Silverstein ed. Cia das Letrinhas - R$ 44,90 (120 págs.) ENSAIO
A França Contra os Robôs
Georges Bernanos, ed. É Realizações, R$ 49,90 (256 págs.)
O escritor e jornalista francês, exilado no Brasil e morto em 1948, faz uma crítica ao capitalismo industrial e vê a dependência das máquinas como uma ameaça à liberdade do homem