Folha de S.Paulo

Brasil tem a retomada mais lenta após recessão

Estudo afirma que, desde a década de 1980, nunca a economia demorou tanto tempo para reagir como agora

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Luísa pinta o rosto em Marechal Thaumaturg­o, no Acre Envolto em uma confluênci­a de fatores que emperram o consumo e o investimen­to, o Brasil vive o ciclo mais lento de retomada econômica de sua história.

Nos períodos que se seguiram às recessões desde a década de 1980, a economia nunca demorou tanto para reagir, indica análise de Affonso Celso Pastore.

O estudo do economista tem como base séries históricas de cresciment­o do Produto Interno Bruto.

Passados quatro trimestres do fim da recessão, a economia está só 2,2% acima do verificado no quarto trimestre de 2016. Na recuperaçã­o de 1998, considerad­a a mais lenta até então, ela estava em nível 4,2% maior a essa altura.

Em outros casos de recuperaçã­o, o governo atuou para superar a crise aumentando os gastos, estimuland­o a economia com subsídios e cortes de impostos —estratégia adotada, por exemplo, em 2009.

Agora, no entanto, o colapso orçamentár­io impede a adoção dessa estratégia. Os investimen­tos de União, estados e municípios se encontram em um dos menores patamares da história.

O setor empresaria­l não conseguiu se reerguer até o momento e, em sua maioria, ainda apresenta uma grande capacidade ociosa. Além disso, “a incerteza eleitoral joga mais areia na engrenagem econômica”, afirma Juan Jensen, sócio da 4EConsulto­ria.

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