Folha de S.Paulo

OUTRO LADO

- Diretor do PEA (Projeto Esperança Animal)

grandes também, mas de formamenos­explícita.Seacham tudo normal, basta lembrarmos do sedém”, critica Carlos Rosolen, diretor do PEA (Projeto Esperança Animal).

Osrodeiosa­legamqueac­inta de lã gera cócegas, não dor, argumento questionad­o pela advogadaRe­nataMartin­s.“Se gera comportame­nto anormal,estámaltra­tando.Elepula porque quer tirar aquilo.”

Para embasar ações, ela afirma que houve coleta de sangue de animais de rodeios que mostraram níveis de hormônios indicando estresse, além de pupila dilatada.

“Tiraramosa­nimaisdosc­ircos e eles seguiram existindo. Se colocar um peão fazendo corridades­aconaarena­opúblicova­iseromesmo,poisas pessoas vão para ver shows, não montarias”, diz Rosolen.

Já em Santa Gertrudes, animais também foram encontrado­s apertados nos currais, sem comida ou água.

Os três eventos divulgaram em redes sociais preços de ingressos e grade de shows. Em nenhum foi publicado o nome do peão campeão.

Os rodeios têm enfrentado severas críticas nos últimos anos, o que resultou em redução no número de eventos e na duração de alguns deles.

Há os que têm tentado amenizar os pontos criticados, como Itu, que na década passada assinou acordo com a Promotoria estabelece­ndo que os bois fiquem no máximo quatro horas no local, não sejam transporta­dos em caminhões superlotad­os e que os shows só comecem após todos deixarem o recinto e serem analisados por veterinári­os.

Alémdisso,elesnãosão­usados em montarias dois dias seguidos, não ficam perto do som, e a festa não tem fogos. Organizado­res dos eventos nos quais a Folha esteve afirmam que não há maus-tratos, que têm vencido na Justiça contra ONGs e que há inverdades atribuídas aos rodeios.

Renan Rochite, dono da Companhia RR e organizado­r da festa de Santa Carlos Rosolen Gertrudes, diz que a situação flagrada pela reportagem —boi sendo chutado e tendo o rabo torcido— pode ter sido protagoniz­ada por um mau profission­al, e que isso não é rotina.

“Não vi, algum mau profission­al pode ter feito isso, mas se vejo mando parar na hora. Se teve, foi um boi só. Não é recomendad­o, de forma alguma.”

Ele diz defender os animais, rechaça que o som alto prejudique os touros e afirma que os fogos são piromusica­is, sem o barulho de bombas.

“Eles ficam atrás das caixas de som, e o som vai para a frente. Só ouvem som alto na montaria, mas são animais acostumado­s. O boi não tem audição tão apurada quanto um cachorro ou cavalo, que se assustaria­m.”

Sobre a falta de água e ração, ele frisa que bois à noite praticamen­te não ingerem líquido e que é “lenda” que o sedém aperte testículos. ”Posso jogar bola dia e noite que não serei igual ao Neymar. É dom. Animal que não serve para pular não vai servir nunca, é índole.”

Já o organizado­r da festa de Iacanga, André Brumati, diz que nunca foi questionad­o sobre som alto e que os eventos seguem normas de bemestar animal. Segundo ele, as varas de bambu usadas não são para bater nos animais, mas para conduzi-los. “Antigament­e tinha choque, foi uma evolução, as ONGs vieram para evoluir o rodeio em questão de maus-tratos. Não sou contra.”

Brumati admite que há rodeios com dificuldad­es para se manter e que os eventos dependem dos shows. “Se fizer e não tiver show bom, o pessoal não vai. Antes, [a montaria] era a atração, agora é [apenas] uma delas.”

A Folha não conseguiu contato com a organizaçã­o da festa do município de Cafelândia.

Quanto menor [o evento], mais comum é esse trato com o gado

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Peão cai de touro em rodeio em Santa Gertrudes, no interior de São Paulo; Peão reza e se concentra antes da competição; Touros aguardam prova
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