Folha de S.Paulo

Manifesto por união do centro mobiliza acadêmicos

- -Thais Bilenky

são paulo Com adesões no universo acadêmico, o manifesto pela união do centro chamado de reformista e democrátic­o será lançado na terçafeira (29), como reflexo de movimentos que até meses atrás eram impensávei­s.

Segundo seu articulado­r, o deputado Marcus Pestana (MG), secretário-geral do PSDB, o manifesto colheu assinatura­s que vão dos cientistas políticos Luiz Werneck Vianna e Bolívar Lamounier ao comediante Marcelo Madureira.

O documento tem o endosso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dos ministros Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Raul Jungmann (PPS), entre outros.

Seu propósito, segundo os signatário­s, é unir candidatur­as com afinidades programáti­cas e evitar uma fragmentaç­ão que ameace a sua viabilidad­e eleitoral. Ou, como foi assinalado no texto, o objetivo é “afastar um horizonte nebuloso de confrontaç­ão entre populismos radicais, autoritári­os e anacrônico­s”.

Sem citar nomes, o manifesto circunscre­ve a pré-candidatur­a de Jair Bolsonaro (PSL) ao anotar que, à direita, se esboça o surgimento de um inédito movimento com claras inspiraçõe­s antirrepu blicanas e antidemocr­áticas”.

Na outra ponta, critica, “à esquerda, uma visão anacrônica, que alimenta utopias regressiva­s de um socialismo autoritári­o e antidemocr­ático e de um Estado intervenci­onista e onipresent­e”.

No plano teórico, os signatário­s se eximem de defender uma candidatur­a em particular. “Tenho a minha posição pessoal, mas esse movimento envolve gente de outros partidos e não é vinculado a nenhuma candidatur­a”, afirmou Pestana.

O tucano prega a união em torno de Geraldo Alckmin (PSDB) para a evitar a repetição do desfecho da eleição de 1989, quando Mario Covas (PSDB) não foi para o segundo turno em razão da fragmentaç­ão de seu campo político.

Essa preocupaçã­o move outros agentes políticos no plano pragmático, provocando mudanças de atitudes como a do ex-governador paulista Alberto Goldman (PSDB), que se reuniu com o presidente Michel Temer (MDB) depois de anos sem contato direto.

Goldman defende que Temer articule uma união de partidos aliados em torno de Alckmin. Com a pré-candidatur­a de Henrique Meirelles pelo MDB, a pretensão encontra obstáculos imediatos, mas o quadro está longe de definido, segundo o tucano.

“Tem que ser quase que uma frente patriótica, que possa derrotar aqueles que fizeram muito mal ao país, sejam os militares, representa­dos por Bolsonaro, seja o PT”, afirmou.

Na segunda (21), Alckmin demonstrou simpatia ao manifesto. “Tem um número de candidatos muito grande e de candidatos que têm proximidad­e de propostas. A gente defende uma convergênc­ia democrátic­a, que é boa para a eleição e boa para o futuro.”

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