Trump afirma que encontro com Kim poderá ser adiado
Depois de ameaça do ditador, americano coloca dúvida sobre reunião inédita
washington O histórico encontro entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, agendado para o dia 12 de junho, pode ser adiado, afirmou o presidente Donald Trump nesta terça (22).
“Pode ser que não se realize no dia 12 de junho. Se não ocorrer [agora], talvez ocorra mais tarde”, afirmou Trump na Casa Branca.
Segundo ele, há “chance substancial” de que a reunião não ocorra na data prevista. É a primeira vez que ele diz isso.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem ameaçado cancelar o encontro. O país reclamou de exercícios militares recentes entre a Coreia do Sul e os EUA e disse que não quer ser pressionado a renunciar a seu arsenal nuclear.
Antes, Kim havia concordado com a completa desnuclearização da península Coreana e acenou com o fim formal da Guerra da Coreia, que divide a região há mais de 60 anos.
Mas o ditador tem se manifestado de forma errática nos últimos dias, o que colocou em alerta os negociadores dos EUA, da China e da Coreia do Sul, que lideram o processo.
Nesta terça, Trump recebeu o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na Casa Branca, para discutir os preparativos para o encontro, que deve ocorrer em Singapura. Os dois tentam manter o evento de pé. O americano afirmou que há “condições” para o encontro com Kim, e que, sem elas, não haverá acordo.
Ele não quis detalhar quais seriam essas condições, mas disse que seria “muito melhor” fazer a desnuclearização da península Coreana “de uma vez só”, e não por etapas.
“Vamos ver o que acontece. Estamos conversando. Em acordos, nunca há como saber o que vai acontecer. O que será, será”, afirmou.
O presidente americano não descartou a possibilidade de que o encontro ocorra “ao longo do tempo”. Para ele, um acordo que pusesse fim à Guerra da Coreia seria muito bom para Kim e atrairia investimentos e renda ao país.
Trump ainda disse que garante a segurança de Kim em caso de desnuclearização da península. “Ele estará seguro e seu país será rico.”
Moon, por sua vez, afirmou ter “toda a confiança” em um eventual acordo e atribuiu o resultado das negociações até aqui a Trump.
Mais tarde, o secretário de Estado, Mike Pompeo, declarou que continua trabalhando com a perspectiva de um encontro no dia 12 de junho. Ele foi o principal negociador do encontro, tendo se reunido pessoalmente com o ditador norte-coreano.