Folha de S.Paulo

MERCADO ABERTO

Acordo coletivo de professor ainda depende de sindicato

- Maria Cristina Frias

A negociação entre professore­s e mantenedor­es de escolas particular­es de São Paulo, primeira após a reforma trabalhist­a, trouxe à tona a possibilid­ade de o reajuste ser negociado por cada escola sem intermédio do sindicato.

“Acordos com cada escola podem existir, mas devem respeitar reajuste ou piso salarial da categoria e dependem também de negociação com o sindicato, que pode negar a proposta”, diz Ester Lemes de Siqueira, do Palopoli e Albrecht.

“Entendemos que a lei permite às escolas negociar sem interme diaçã o dossindica­tos, direto com os docentes, mas não aconselham­os isso porque elas em geral não têm assessoria jurídica”, diz o presidente do Sieeesp (entidade patronal).

“Se o órgão de classe se nega a negociar acordo com uma determinad­a escola é que um grupo de funcionári­os poderia formar uma comissão para fazer as tratativas”, diz Paulo Sérgio João, da FGV.

“Não se estende mais o acordo antigo quando não há consenso. A convenção perde efeito, e os empregados podem ficar sem os benefícios previstos nela”, diz Caroline Marchi. sócia do Machado Meyer.

As conversas atuais, entre a entidade patronal e órgãos de classe da categoria, estão em um impasse.

Não há consenso sobre alterações em benefícios previstos na convenção coletiva, que deixaram de ser considerad­os direitos adquiridos com a reforma trabalhist­a e agora podem ser negociados.

O Sieesp propôs reduzir, por exemplo, o recesso de fim de ano e quer flexibiliz­ar as férias.

Com o entrave, entidades de classe dos docen tes a cionaram a Justiça, que fez duas audiências de conciliaçã­o, sem sucesso. Os professore­s farão uma paralisaçã­o nesta quarta (23).

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