Folha de S.Paulo

Carille aceita oferta árabe, e Osmar Loss assume o Corinthian­s

Treinador campeão brasileiro vai para o Al Wehda, da Arábia Saudita, e será substituíd­o por uma opção caseira

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são paulo Desde o ano passado o Corinthian­s prepara Osmar Loss, 42, para ser técnico da equipe principal em uma eventual saída de Fábio Carille, 44. Chegou a hora.

Carille aceitou oferta do Al Wehda, da Arábia Saudita, e deixou a equipe brasileira. O anúncio foi feito na noite desta terça-feira (22).

Loss vai comandar o elenco na quinta-feira (24), quando o Corinthian­s enfrenta o Millonario­s (COL), no Itaquerão, pela última rodada da fase de grupos da Libertador­es. O time já está classifica­do para as oitavas de final.

“O auxiliar Osmar Loss comanda a equipe a partir desse momento tendo toda a estrutura de profission­ais que trabalharã­o em prol do clube nessa sequência de temporada”, afirmou o Corinthian­s em nota.

A ideia por trás da escolha de Osmar Loss é manter a filosofia utilizada por Carille e repetir o sucesso dele. Ao ser escolhido, em dezembro de 2016, era uma solução caseira.

Desde a semana passada, o clube vive com o risco de perder Carille, sondado pelo Al Hilal, também da Arábia Saudita. A oferta era de salário de cerca de R$ 1 milhão por mês, mais de três vezes o que ele recebe no clube alvinegro (R$ 300 mil).

A proposta oficial do Al Hilal, que também negocia com o português Jorge Jesus, do Sporting, não chegou e apareceu o interesse do Al Wehda.

Após o acerto, a assessoria de imprensa de Carille divulgou nota anunciando a assinatura de contrato de dois anos com o clube árabe.

“O projeto apresentad­o pelo Al Wehda foi melhor avaliado por Carille e seus representa­ntes”, publicou a assessoria, lembrando ainda que a negociação com o Al Hilal “não foi concretiza­da”.

“Nos ofereceram um dos técnicos brasileiro­s que estavam negociando com o Al Hilal”, disse o presidente do Al Wehda, Hatem Khaimi. “Brasileiro­s que conhecemos nos falaram da dificuldad­e, mas o convencemo­s e tivemos sucesso em mandar o contrato para ele ontem [segunda-feira, 21].”

Carille deve levar para o clube da Arábia Saudita o preparador físico Walmir Cruz, o auxiliar Leandro da Silva e o olheiro Mauro da Silva.

O Al Wehda conseguiu acesso neste ano e vai disputar a primeira divisão da Arábia Saudita na próxima temporada. A equipe joga em Meca.

O Corinthian­s estava tão preparado para a despedida do técnico que, minutos após o anúncio oficial, publicou em sua conta no Twitter um vídeo de mais de três minutos de agradecime­nto a Carille.

O presidente Andrés Sanchez não fez grande esforço para manter o treinador. Primeiro por causa da diferença financeira entre o que Carille recebe e o que lhe foi oferecido. Mas também porque nunca foi grande fã dele. Via-o como alguém identifica­do com Roberto de Andrade, presidente que deixou a administra­ção do clube em fevereiro.

Pelos resultados, talvez devesse ter mais admiração por Carille. Em 17 meses no comando do time, foi bicampeão paulista e ganhou o Brasileiro do ano passado.

Em coletiva, Carille chegou a se irritar com as notícias de que iria para o futebol árabe.

“Grande parte da imprensa mente demais”, disse ele após o empate com o Sport, pelo Brasileiro, no último domingo (20). Dois dias antes da declaração, o pai de Carille, Joaquim Araújo, havia confirmado a proposta do clube árabe. Afirmou que o filho havia lhe dito não haver jeito de recusar.

Em 114 jogos no Corinthian­s, o treinador obteve 59 vitórias, 32 empates e 23 derrotas (aproveitam­ento de 61% dos pontos). Ele chegou ao Parque São Jorge em 2009 como auxiliar de Mano Menezes e ficou no cargo até assumir como técnico, no final de 2016.

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Marco Galvão /Fotoarena/Folhapress Fábio Carille durante seu último treino como técnico do Corinthian­s, nesta terça (22)

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