Folha de S.Paulo

Acabou o combustíve­l do Uber e fiquei sozinha na rua de madrugada

- Sílvia Haidar

são paulo Pedi um Uber ao sair da Folha, por volta da 1h de quinta-feira (24). Quando estávamos na avenida Rio Branco, cerca de 1 km de distância da alameda Barão de Limeira, onde fica o prédio da Redação, o motorista avisou que a gasolina estava acabando e teríamos de parar para abastecer. Assim que ele terminou a frase, o carro morreu.

O motorista encostou o carro como pôde na esquina com a rua Eduardo Prado e saiu a pé, com um galão na mão, para buscar combustíve­l num posto na alameda Nothmann.

Esperei sozinha dentro do carro por alguns minutos, mas fiquei com medo e saí a pé em direção ao posto de gasolina. Quando estava quase chegando lá, o motorista já descia a rua com o galão cheio na mão. Voltamos juntos, mas antes de chegarmos uma viatura da polícia já estava parada ao lado do veículo. Quatro policiais estavam de pé na rua, apontando armas para o carro vazio, com o pisca-alerta ligado, estacionad­o todo torto. De fato, parecia que havia sido abandonado ali.

O motorista e eu nos aproximamo­s, ele explicou que trabalhava para a Uber e eu era sua passageira. Entrei no carro enquanto o motorista colocava a gasolina no tanque. Os policiais pediram os documentos dele e liberaram a gente.

No caminho, uma colega de trabalho me mandou uma mensagem pelo celular contando que o motorista da Uber que ela pediu também teve de parar para abastecer. Cheguei em casa uma hora depois, na Penha, zona leste de São Paulo, mesmo assim avaliei o motorista com cinco estrelas — pelo esforço que ele fez.

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