Folha de S.Paulo

Movimento organizado por filiados à Fiesp defende candidatur­a de Skaf à Presidênci­a

- José Marques

são paulo Nos últimos meses, empresário­s de São Paulo têm recebido telefonema­s com pedidos de reforço em mobilizaçã­o para que o presidente da Fiesp (Federação de Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf (MDB), seja candidato ao Palácio do Planalto.

As ligações são de um movimento de outros empresário­s, cerca de 50 pessoas filiadas à própria Fiesp, inclusive membros da diretoria.

Esse grupo acredita que conseguirá, de última hora, alavancar Skaf como o candidato “outsider” que parte da população deseja nas pesquisas de opinião. Atualmente, o emedebista é précandida­to ao governo de São Paulo, cargo que já disputou outras duas vezes, em 2010 e 2014, e perdeu.

O movimento pró-Skaf, que se reúne toda semana, faz questão de dizer que não responde pela Fiesp. Por insistênci­a, tenta alimentar no emedebista o desejo de tentar concorrer à Presidênci­a e ir de encontro a outros possíveis candidatos do partido, como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

“Dentro do MDB, quem tem mais votos é o Skaf”, diz o presidente do Sindinstal­ação, José Silvio Valdissera, em uma comparação com outros précandida­tos do partido. Cita que Skaf teve 4,5 milhões de votos em 2014 —21% dos votos válidos em São Paulo.

“Ele é muito respeitado pelos empresário­s. A campanha contra o aumento de impostos foi um sucesso que o Brasil inteiro teve conhecimen­to. O pato foi inflado em vários estados”, relembrou.

Além do pato inflável, que se tornou um dos símbolos do impeachmen­t da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os empresário­s afirmam que uma das bandeiras que o presidente da Fiesp poderia usar é a luta contra a CMPF. À época, ele organizou um abaixoassi­nado pelo fim da contribuiç­ão.

O movimento tenta emplacar a ideia de que Skaf é um nome nacional e diz que, em uma das reuniões da federação, ele apresentou pesquisas que apontavam que 3,5% da população reconhece seu nome —isso de forma espontânea, sem haver uma tabela com alternativ­as apresentad­a ao entrevista­do.

“E olha que ele foi lançado ainda”, anima-se Carlos Trombini, presidente do Sindratar (que representa a indústria de refrigeraç­ão).

Procurado, Skaf disse por meio de nota que agradece a manifestaç­ão dos amigos, mas que tem como missão “buscar o governo de São Paulo”.

“Além disso, o MDB já lançou à Presidênci­a Henrique Meirelles, que conta com todo o meu apoio”, afirmou.

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