Trump diz ter retomado diálogo com Kim
Um dia depois de cancelar encontro, republicano afirma que reunião com norte-coreano ainda pode ocorrer em 12 de junho
washington O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (25) que “estamos conversando agora” com a Coreia do Norte, um dia depois de cancelar o encontro com o ditador Kim Jong-un, que aconteceria no próximo dia 12 de junho.
“Todo mundo faz joguinhos”, afirmou o republicano. Os comentários vêm depois de a Coreia do Norte ter declarado, também nesta sexta-feira, que segue disposta a dialogar com os EUA.
Trump disse que é inclusive possível que a data inicialmente prevista para a reunião, 12 de junho, seja mantida. “Eles querem muito fazer [a reunião], nós também gostaríamos”, disse o americano.
Mais cedo, Trump escrevera em uma rede social que a resposta da Coreia do Norte à carta da véspera em que ele cancelava o evento havia sido “calorosa e produtiva”. Na missiva, o presidente condenara a “tremenda raiva e franca hostilidade” de Pyongyang.
O tom dos dois lados era mais leve nesta sexta.
“Reiteramos aos Estados Unidos a nossa disposição de nos sentar frente a frente a qualquer momento para resolver o problema”, disse Im Kye-gwan, vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, em um comunicado publicado pela agência oficial KCNA.
Ele afirmou ainda que o próprio ditador norte-coreano “também disse que uma reunião com o presidente Trump poderia representar um bom começo e dedicou esforços para prepará-la”.
O cancelamento da reunião por Trump nesta quinta (24) veio depois de semanas de idas e vindas entre os países sobre os termos do encontro. Também na quinta, a Coreia do Norte anunciou a destruição de um local de testes nucleares.
Nos últimos dias, entretanto, declarações de autoridades de Pyongyang vinham sinalizando a contrariedade do regime com a exigência de completa desnuclearização apresentada pelos EUA.
A Casa Branca também envia sinais contraditórios; horas depois do cancelamento, Trump disse acreditar que Kim Jong-un “quer fazer a coisa certa”. Mas autoridades de Washington avaliam que Pyongyang voltou atrás em promessas —os EUA queriam, por exemplo, inspetores na destruição do local de testes, mas a Coreia só permitiu o acesso de jornalistas.