Folha de S.Paulo

Saúde é atingida, e supermerca­dos preveem impacto por até dez dias

Cirurgias em hospitais e serviços de hemodiális­e são prejudicad­os; alguns aeroportos suspendem voos

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Postos de combustíve­l fechados; expectativ­a de falta de alguns produtos em supermerca­dos por até dez dias; suspensão de voos em aeroportos por falta de abastecime­nto dos aviões; cancelamen­to de cirurgias eletivas em hospitais e até mesmo de serviços de hemodiális­e.

O 5º dia de paralisaçã­o dos caminhonei­ros agravou as cenas de desabastec­imento, com ampliação do leque de serviços prejudicad­os no país.

O sindicato do setor dizia que em São Paulo já não havia álcool nem gasolina comum de manhã —apesar de alguns relatos pontuais de gente que conseguiu abastecer— e que a gasolina aditivada se esgotaria até este sábado (26).

Em Brasília, houve fila de pedestres em um posto devido à decisão do estabeleci­mento de vender os litros que sobravam em galões e garrafas —com no máximo cinco litros para cada consumidor.

Em cidades de fronteira, como Foz do Iguaçu (PR), motoristas foram abastecer no país vizinho —Paraguai. Fiscais da Receita Federal apreendera­m 900 litros de gasolina em galões na divisa —por considerar ter havido contraband­o.

Segundo a Fecombustí­veis (que representa donos de postos), mais de 90% dos postos de estados como RJ, BA, DF e ES já não tinham mais estoque. A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), disse que a capital do estado foi a primeira a “sofrer total desabastec­imento de combustíve­l”.

Em Itapevi (Grande São Paulo), a prefeitura decretou que os postos poderiam vender diesel somente para veículos que atendam à área da saúde —como as ambulância­s.

A falta de alimentos em supermerca­dos —especialme­nte frutas, legumes, verduras, carnes e leites— já se estendia ao cardápio de restaurant­es. O McDonald’s afirmou ser provável a falta de alguns produtos no cardápio de unidades.

A Associação Brasileira de Supermerca­dos avaliava que pode levar até dez dias para normalizaç­ão do abastecime­nto depois do fim da paralisaçã­o, dependendo da região.

Nos aeroportos, além do de Brasília, outros 12 administra­dos pela Infraero estavam sem combustíve­l, incluindo Recife, Maceió e Goiânia. Cumbica e Congonhas ainda recebiam voos —mas a Infraero não podia assegurar operações neste último a partir deste sábado.

Houve 64 voos cancelados até às 19h em aeroportos da Infraero. Em Brasília, sob gestão privada, foram 48 no total.

A travessia de balsas entre São Sebastião e Ilhabela, no litoral norte de SP, estava com número de embarcaçõe­s reduzidas para economizar diesel.

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Lucas Landau/Folhapress Supermerca­do no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, com prateleira­s vazias

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