Há punição para caminhoneiros que pararem estradas?
O governo paulista anunciou que começará a aplicar multas de até R$ 17.608 para quem promove bloqueios e de R$ 5.869 para interrupção da circulação nas vias. A lei prevê também suspensão da habilitação por 12 meses
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), anunciou nesta sextafeira (25) que a Polícia Rodoviária passará imediatamente a multar veículos que estacionem em fila dupla nas estradas paulistas ou façam bloqueios que impeçam a livre circulação na vias.
“Agora parece que se perdeu o controle. Nem os sindicatos têm controle de quem está parando o trânsito”, disse França, em vídeo publicado em redes sociais no final da tarde.
“Estou alertando os caminhoneiros que isso vai gerar consequência para o resto da vida deles. Porque caminhoneiro que é multado muitas vezes vai perder sua carteira e acaba perdendo depois a possibilidade de voltar ao seu trabalho”, disse.
O vídeo foi feito em resposta a questionamento da Folha sobre por que França não havia se pronunciado sobre a greve, já em seu quinto dia.
O governador afirmou que nenhuma via no Estado de São Paulo foi totalmente interditada, o que “não será permitido de jeito nenhum”.
A legislação prevê multas de até R$ 17.608 para quem promove bloqueios e de R$ 5.869 para interrupção da circulação nas vias. Em ambos os casos, as infrações são gravíssimas, implicam remoção do veículo e processo de suspensão da habilitação por 12 meses, informou o governo.
Márcio França disse que recebeu telefonema do presidente Michel Temer e reiterou a necessidade de baixar o preço do combustível.
“São Paulo foi a Brasília hoje, o o secretário da Fazenda esteve lá e colocou a possibilidade de reduzir parte do aumento do diesel no ICMS, mas isso não vai ser feito de maneira rápida e não é coreto que a população de São Paulo e do Brasil pague o preço de coisas que não são de sua competência”, declarou.
Ele disse que a paralisação foi importante, mas evitável.
“A greve foi causada por um aumento abrupto no preço do diesel, sem considerar as consequências sociais. Os caminhoneiros foram os primeiros duramente atingidos e entendo perfeitamente os motivos da manifestação”, disse.
O governado informou que a Polícia Militar de São Paulo, sempre que acionada, tem feito a escolta dos caminhões que transportam combustíveis para aeroportos, empresas de transporte público, hospitais e serviços essenciais.