Folha de S.Paulo

PM coloca a tropa de choque nas escoltas, mas sem usar força

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A prefeitura contava com a força da polícia para eventualme­nte romper piquetes de caminhonei­ros e abrir corredores, com escolta, para levar os caminhões-tanque até as refinarias para abastecime­nto.

A PM até colocou a tropa de choque para a escolta dos caminhões, mas avisou a prefeitura que não usaria a força para fazer vale a liminar. O problema é que, mesmo para os casos de escolta, é preciso encontrar motoristas sujeitos dispostos a furar a manifestaç­ão. Para a PM, também não cabe a ela tentar convencer os caminhonei­ros a enfrentar os colegas do movimento.

“Não faltou apoio da PM. Faltou, sim, um elemento da prefeitura municipal, a coordenaçã­o, nesse sentido [de organizar motoristas que buscariam o combustíve­l], disse o secretário Mágino Barbosa Filho (Segurança Pública).

Na tarde desta sexta, a escolta policial já ajudou no transporte de combustíve­is para a frota de ônibus da cidade, o que dá um alívio ao menos para sábado e domingo. Ambulância­s e veículos do Samu têm reservas até segunda.

Para reduzir o impacto da falta de abastecime­nto de combustíve­l, as empresas terceiriza­das de coleta, Loga e Ecoburbis, têm recorrido a um plano de contingênc­ia para evitar colapso no serviço. A coleta de lixo em São Paulo consome 60 mil litros de diesel por dia.

Em vez de adquirir combustíve­l de grandes distribuid­oras, como é feito normalment­e, elas têm recorrido a fornecedor­es locais e menores para abastecer os caminhões. Segundo a prefeitura, 500 caminhões fazem a coleta na cidade, que produz 20 mil toneladas de lixo diariament­e.

Apesar de a prefeitura ter anunciado que o serviço seria paralisado na sexta, os caminhões percorrera­m a cidade, mas de forma escalonada e em ritmo menor, para não cessar os recursos.

A preocupaçã­o é que a paralisaçã­o dos caminhonei­ros se prolongue até segunda-feira —dia da semana que concentra a maior quantidade de lixo a ser recolhida, por causa do fim de semana.

Além disso, as pessoas tendem a consumir mais nos finais de semana, o que acumula ainda mais resíduos.

Em relação ao serviço funerário, a prefeitura afirmou que estratégia­s de contingênc­ia têm sido feitas para manter o serviço em funcioname­nto. Os funcionári­os têm pedido às famílias que optem por enterrar os parentes em cemitérios próximos aos velório para evitar deslocamen­tos.

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Danilo Verpa/Folhapress Movimento fraco de veículos na manhã desta sexta na marginal Tietê

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