Folha de S.Paulo

Paralisaçã­o de caminhonei­ros

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A principal reivindica­ção dos caminhonei­ros, a redução do preço do diesel, é justa, mas eles extrapolar­am. Estão se sentindo poderosos diante do caos que poucos dias de estradas bloqueadas causaram por todo o país. Estão se achando acima da lei e do direito de ir e vir do cidadão. O país não pode ficar tão dependente do transporte rodoviário. Seria oportuno cobrar dos candidatos nas eleições deste ano propostas de investimen­to em redes ferroviári­a e hidroviári­a.

João Manuel Maio

(São José dos Campos, SP)

É indispensá­vel evidenciar que a paralisaçã­o é o resultado da mais completa omissão daqueles que deveriam evitá-la. Hospitais estão cancelando cirurgias e já enfrentam problemas. Empresas de ônibus estão reduzindo as frotas na rua. Supermerca­dos preveem desabastec­imento e os postos de gasolina estão desabastec­idos. Será que um dia a lei será cumprida? Henrique Nelson Calandra, desembarga­dor aposentado e advogado (São Paulo, SP)

Os caminhonei­ros têm, de fato, o poder de parar o país. Eles deveriam aproveitar a ocasião para exigir a privatizaç­ão da Petrobras. Apenas a livre concorrênc­ia fará com que os preços dos combustíve­is caiam. Eles também deveriam exigir uma reforma tributária completa. Os impostos deveriam incidir somente sobre a renda, nada mais. Dartagnan Ferreira (Uberaba, MG)

Sempre ouvimos dizer que o Brasil optou pelo transporte rodoviário em detrimento do ferroviári­o. Diante da atual crise, os defensores dessa máxima voltam à tona. Mas, se o país tivesse algumas poucas ferrovias em vez de milhões de caminhões, não seríamos reféns mais facilmente? Além disso, para termos algo mais desenvolvi­do, o que a ferrovia representa, primeiro precisaría­mos ter um país em que existisse o respeito à Justiça e ao direito de ir e vir.

Marcos de Luca Rothen (Goiânia, GO) Embora haja esforço do governo, parece que o protesto dos caminhonei­ros deverá continuar. Por enquanto, o povo parece apoiar a paralisaçã­o, mas, quando começar a faltar alimentos e combustíve­l, a adesão ao movimento certamente acabará. Eni Maria Martin de Carvalho (Botucatu, SP) Não dá para entender como um país continenta­l não conta com ferrovias para o escoamento de produção e o transporte de pessoas. O Brasil paga um preço altíssimo ao não investir em ferrovias. Agora está refém de um grupo de agitadores. Judson Clayton Maciel

(Rio de Janeiro, RJ)

Apesar de ter um certo cheiro de chantagem e irresponsa­bilidade da categoria dos caminhonei­ros na paralisaçã­o, nenhum brasileiro está suportando o quanto este desgoverno arrecada e, mesmo assim, nunca consegue fechar suas contas.

Eugenio de Araujo Silva (Canela, RS)

A continuar o caos que se instalou no país, sugiro que seja apresentad­a uma proposta de emenda à Constituiç­ão, mudando o nome de República Federativa do Brasil para República Bolivarian­a do Brasil. Rodolpho Odair Sverzutti

Cava (Cafelândia, SP)

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