Arrecadação de São Paulo cai com crise e medidas do governo federal
As finanças de São Paulo serão afetadas pela paralisação e bloqueios dos caminhoneiros e também pelas respostas que o governo federal deu à crise.
Uma fatia de 29% da Cide, o imposto cuja alíquota foi zerada, é repassada aos estados. Para São Paulo, isso representa cerca de R$ 8 milhões por mês, segundo André Grotti, assessor de política tributária da Secretaria da Fazenda.
Se a Cide for zero até o fim do ano, serão R$ 56 milhões.
Há um efeito indireto: a arrecadação do ICMS diminuirá com a exclusão da Cide do preço do litro do diesel.
“Seremos impactados duplamente, sem contar os números de dias em que a produção industrial, o comércio e as importações foram prejudicados”, afirma ele.
A arrecadação de impostos sobre produtos importados também deve cair, afirma.
“Os pátios estão abarrotados de containers porque não é possível escoá-los. Por mês, o ICMS de importados representa cerca de R$ 2,5 bilhões.”
A circulação de bens e mercadorias, o fator gerador de incidência do ICMS, é afetada pelos bloqueios.
O impacto será apurado em um mês, mas a Fazenda estima que a atividade econômica dos dias de greve é semelhante à dos feriados.
Uma refinaria da Petrobras em Paulínia ficou ilhada, diz ele, e isso também fará a receita do estado do mês cair.