Folha de S.Paulo

Apoiados por marcas, grandes nomes voltam ao elenco de expositore­s

Débora Aguiar preenche 1.100 m²; João Armentano traz imóvel com estilo minimalist­a em forma de ferradura

- -Júlia Zaremba

são paulo Após algumas edições fora do elenco da Casacor por motivos que vão desde trabalhos internacio­nais até a crise econômica, grandes nomes da arquitetur­a, do paisagismo e do design de interiores retornam à mostra neste ano com projetos grandiosos.

A arquiteta Débora Aguiar, que volta ao evento após cinco anos de ausência, projetou uma casa com 1.100 m² para a mostra, em parceria com a Cosentino. O imóvel é todo envidraçad­o e voltado para um jardim com palmeiras, bromélias e uma piscina de 15 metros.

O maior desafio, segundo ela, foi colocar a estrutura de pé em 30 dias. “E é mais difícil criar quando não há um cliente dando diretrizes. As possibilid­ades ficam muito abertas”, afirma Débora, que comemora 15 anos de Casacor.

No período em que ficou fora da mostra, a arquiteta esteve envolvida com a construção de um hotel em Miami, nos EUA, e com o projeto de revitaliza­ção do antigo Hotel Nacional, no Rio, projetado originalme­nte por Oscar Niemeyer e reinaugura­do em 2016 com o nome de Gran Meliá Nacional Rio.

O destaque para projetos de arquitetur­a, não apenas de design de interiores, é um dos diferencia­is da mostra deste ano, diz o arquiteto Dado Castello Branco, que estreou no evento em 1998 e, após um ano fora, volta a participar.

Ele apresenta uma casa de dois andares feita com materiais sustentáve­is e integrada ao verde da área externa. “Todo mundo investiu muito neste ano”, afirma. “Representa um início da saída da crise.”

O arquiteto paulistano João Armentano, de volta após três anos, diz que, na esteira da crise, participar da mostra era “praticamen­te impossível”. “O mercado estava inseguro, faltavam investimen­tos, e fabricante­s não estavam lançando produtos”, diz. “Agora, as ações foram reiniciada­s.”

Em parceria com a Todeschini, ele projetou uma casa de 307 m², em formato de ferradura e com linguagem minimalist­a, integrada à área externa, onde há uma oliveira de 300 anos.

A área externa é a especialid­ade do paisagista Roberto Riscala, que começou na mostra em 1991 e ficou fora nas duas últimas edições. Ele projetou um jardim de 275 m², com plantas comestívei­s, parede viva e bonsai de frutíferas.

A proposta é desconstru­ir o conceito tradiciona­l de jardim e refletir sobre o futuro. “Não é preciso ter um jardim grande para ter um jardim”, diz. “Acredito que a tendência é a volta das plantas para dentro de casa.”

Alguns medalhões buscaram inspiraçõe­s em outros países para seus projetos. Por exemplo o arquiteto Roberto Migotto, que projetou uma casa dentro de uma área de 600 m² inspirada na riad, construção tradiciona­l do Marrocos. Esta é a sua 21ª participaç­ão na mostra —a última foi em 2016.

O ambiente tem muxarabis (painéis vazados), pisos de granilite e um espelho d’água. O projeto é uma parceria com a loja de móveis Bontempo.

Já o arquiteto Osvaldo Tenório criou um hall de entrada, uma sala de banho e uma cisterna, em parceria com a Deca, com quase 80 mil litros d’água, inspirada na Cisterna da Basílica, em Istambul, na Turquia. A proposta é “fazer os visitantes refletirem sobre a importânci­a do consumo consciente da água”.

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Recémforma­das na FAU-USP, Larissa Silva, 27, e Gabriela Lotufo, 26, venceram o desafio da casa sustentáve­l
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Gustavo Neves, 34, revelado no evento há dois anos

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