litoral de são paulo
- fim de semana
Daquilo que costumava considerar “cool” no quesito praia, essa é a negação absoluta: condomínio fechado, cadeira e guarda-sol armados na cota de areia dos condôminos, shopping, prédios azulejados-de-arquiteturaimpessoal-e-varanda-gourmet-fechada. Riviera de São Lourenço, é pra lá que eu vou.
Seria mais glamouroso contar que frequento uma daquelas casas com cara de Trancoso, em uma pequena praia a que se chega só de trilha ou de barco, em algum ponto isolado do litoral paulista —eleito o melhor destino de fim de semana na pesquisa Datafolha. Principalmente naquele pedaço entre São Sebatião e Ubatuba, para onde podemos levar os cariocas numa boa, já que ali é páreo para a competição com eles.
Mas não. Gasto o meu orçamento de verão há alguns anos no famoso bairro planejado de Bertioga. Ressentimento hippie-chique à parte, vamos ser justos com a Riviera. Para começar, são menos de duas horas de carro da capital. Para viagens de menor duração e especialmente bate-volta aos fins de semana, é o (meu) limite do razoável. Não tem casinha rústica capa de revista de decoração em Ubatuba que me faça encarar, ainda mais com crianças, quatro horas de estrada.
A segurança é outro ponto a favor. A Riviera não é um condomínio fechado, mas é quase isso, porque possui vigilância própria e monitoramento por câmeras. Costumamos ficar em um com piscina aquecida, quadras e até restaurante e mercado. Uma bolha dentro de outra, o horror urbanisticamente correto —e o paraíso para pais paulistanos neuróticos.
Por fim, a Riviera tem algo essencial: o mar é transparente, dá para ver peixinhos. Fique de costas para os prédios e mergulhe. No verão, a água é tão quente quanto à da piscina do condomínio. E isso os cariocas não tem. ⋆