Folha de S.Paulo

pantanal e mato grosso

- Rodrigo Vargas

- pesca

São cinco da manhã no Pantanal de Mato Grosso. Na brisa fresca do rio Cuiabá, o grupo se concentra em arrumar as tralhas e conferir o estoque de mantimento­s. Dali em diante, há só águas, cores e isolamento. Um cenário onde a correria da vida urbana não tem vez nem lugar, em que o tempo se arrasta preguiçoso, fazendo o dia render.

Os motores de popa, ao serem acionados, ecoam na curva do rio. Os pilotos são pantaneiro­s nascidos naquelas barrancas e criados em meio à pecuária extensiva, que já foi o motor econômico da região. Hoje ganham a vida empregando seus conhecimen­tos em expedições que reúnem visitantes de todos os cantos —gente que busca de aventura e contato com a natureza, apesar das agressões e maus-tratos sofridos pelos rios da região.

“A experiênci­a de pesca em Mato Grosso é única”, acredita Ivan Freitas da Costa, gerente de um hotel que há 34 anos se tornou referência para o turismo na região. Ele estima que cerca de 1.200 pescadores utilizaram o estabeleci­mento no ano passado. “A maioria volta. Temos um cliente que vem pescar aqui todos os anos, há quase três décadas”, relata.

Em 2016, um compilado de cinco anos do Registro Geral da Atividade Pesqueira, a cargo do Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto, indicou os rios do estado como os mais procurados do país para o turismo de pesca. Na pesquisa Datafolha, Pantanal e Mato Grosso foram eleitos como os destinos favoritos dos paulistano­s para a prática.

Segundo o governo estadual, há potencial para a atividade em 45 dos 141 municípios. Banhado por três bacias hidrográfi­cas, o estado oferece cenários como os alagados da planície pantaneira, os caudalosos rios da Amazônia, passando pela imensidão do Araguaia e o rio Guaporé. E o melhor momento para explorar essa diversidad­e é agora. Com o fim do período de proibição da pesca (que vai de outubro a janeiro e protege o ciclo de reprodução dos peixes) e a chegada da estiagem, os próximos quatro meses são a janela ideal para exploraçõe­s Pantanal adentro.

Em hotéis, pousadas e barcos-hotel, a movimentaç­ão de visitantes já é intensa. Então é hora de pegar a estrada, em direção ao paraíso das águas e dos peixes.

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Ariranha em rio de Poconé (MT); ao lado, jacaré na região de Cáceres e vitórias-régias no rio Paraguai
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FOTOS LALO DE ALMEIDA/FOLHAPRESS
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REPRODUÇÃO/FLICKR
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