Temer facilita entrega do petróleo, diz Marinho
Pré-candidato do PT ao governo paulista critica presidente, mas reconhece que Dilma exagerou no controle de preços
são paulo O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, disse nesta segunda-feira (28) que o governo Dilma Rousseff “exagerou um pouco” na política de controle de preços do combustível, mas afirmou que os ajustes praticados no governo Temer se destinam a“facilitara entrega” do petróleo brasileiro.
Em sabatina promovida pela Folha, oU OLeo SBT, oexp refeito de São Bernardo do Campo também disse que, em 2016, o PT chegou ao “fundo do poço” em São Paulo diante de uma “situação emotiva criada na sociedade contra” seu partido.
Crise dos combustíveis
Qualquer acordo com os caminhoneiros sequer vai resolver o problema da sociedade brasileira porque é preciso mudar a lógica da política de preços praticada pela Petrobras. Creio que o governo Dilma exagerou um pouco nessa política [de controle de preços]. Mas o ajuste de preço [do governo Temer] é uma política de amarrar no processo de dolarização para facilitar a entrega dessa riqueza natural.
Corrupção na Petrobras
A Petrobras no governo Lula cresceu bastante, descobriu o pré-sal. A corrupção fica por conta das investigações. Aliás, quem verdadeiramente praticou corrupção está livre, leve e solto, pelas consequências do grande equívoco da Lava Jato.
Dizer que o presidente Lula tem responsabilidade disso é uma inverdade.
PT em São Paulo
Se você observar a evolução das coisas, 2018 é uma eleição completamente diferente da de 2016. Em 2016, nós chegamos em preferência partidária a 6% na capital, caímos lá no fundo do poço, e estamos em franca recuperação. Qualquer um que eu escolhesse [para a sucessão em São Bernardo] naquela conjuntura não teria sucesso pela situação emotiva criada na sociedade contra o partido.
Candidatura de Lula
O principal partido do país, com maior bancada, vai abrir mão dessa candidatura? Só se fossemos um bando de covardes. A candidatura de Lula é intocável no PT.
Caixa dois
Não passa de verdadeira invenção por parte do Alexandrino [Alencar, ex-diretor da Odebrecht] de que teve alguma doação da Odebrecht de caixa dois na minha campanha.
Se o empresário fez alguma irregularidade para fazer doação, ele que responda. Um cidadão chega para você e fala que vai doar para a sua campanha —se ele roubou de alguém, a culpa é minha?
Acusação de corrupção
Eu desafio o Ministério Público, a Polícia Federal, o Judiciário a acelerar o julgamento para poder comprovar a minha inocência [no caso da licitação e construção do Museu do Trabalhador ].
Segurança
Você tem que falar de efetivo da polícia, de valorização da polícia, porque a polícia de São Paulo é a que mais morre nos confrontos —policial jovem, negro. Você precisa trabalhar além da lógica da repressão do crime, precisa ocupar essa juventude, especialmente na formação.
Cracolândia
Não é com polícia que resolve o problema da cracolândia, como o PSDB tentou fazer. É preciso ter vagas disponíveis para internação, mas é preciso lançar equipamentos nesse processo de conquista. Internação, somente com o consentimento da família.
Recursos hídricos
Estamos entrando de novo num período de grave crise. É preciso concluir o trabalho de coleta e tratamento de esgoto da região metropolitana. O governo precisa dar ordem para a Sabesp, parece que a Sabesp não é empresa do governo. A Sabesp está mais preocupada em responder aos acionistas da Bolsa de Valores de Nova York do que responder à rede de água.
Transporte público
Pretendo botar grande parte da minha energia para transformar a qualidade de transportes da região metropolitana. Veja o investimento nos monotrilhos [do atual governo], que parece obra de ‘São Nunca’, que nunca sai.