Crise afeta doações a vítimas de incêndio em SP
são paulo Da montanha de mantimentos que ocupava boa parte da cozinha improvisada no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, sobraram poucos sacos de arroz, feijão e macarrão.
As doações que não paravam de chegar ao acampamento desde a queda do edifício Wilton Paes de Almeida, no dia 1º, que deixou mais de 200 famílias desalojadas, estão cada vez mais raras após a paralisação dos caminhoneiros que afetou a entrega de combustível no país inteiro.
Sem ter como abastecer seus veículos, muitos voluntários que levavam comida, água e artigos de higiene com frequência ao acampamento não apareceram mais.
Carros que descarregavam sobras de pães diariamente também não circulam mais pelo largo. Com isso, o café da manhã e da tarde dos acampados tem se resumido a café preto e bolachas.
Voluntários que comandavam a cozinha improvisada também deixaram de ajudar. As refeições, que incluíam ao menos uma fonte de proteína e salada, têm se resumido a arroz, feijão e macarrão.
As caixas de isopor com gelo usadas para armazenar carnes, linguiças e salsichas estão vazias desde a última quintafeira (24), quando o abastecimento de combustível na cidade ficou crítico. “Ainda temos doações de gelo, mas mistura, que é bom, nada”, diz Vera.
Cerca de 30 famílias continuam acampadas no largo do Paissandu à espera de uma garantia de moradia. Ainda há muitas crianças no local, apesar das condições insalubres.
Elas dormem em barracas, sujeitas às baixas temperaturas dos últimos dias. A Promotoria de Infância e Juventude expediu liminar que exige da prefeitura dados detalhados sobre as famílias e melhores condições de trabalho aos conselhos tutelares.
A gestão Bruno Covas (PSDB) afirmou que os moradores do prédio cadastrados antes da tragédia estão recebendo auxílio-moradia.