Sem-teto de SP têm destino incerto 1 mês após incêndio
Um mês após o incêndio e desabamento de um prédio invadido por sem-teto no centro de São Paulo, cerca de 30 famílias desalojadas pela tragédia continuam acampadas a poucos metros do local e sem perspectiva de definição sobre os seus destinos.
O acampamento no largo do Paissandu é formado por exmoradores que se recusam a ir para abrigos oferecidos pela prefeitura e que exigem serem contemplados com uma moradia. Eles afirmam que o auxílio-moradia, oferecido por estado e prefeitura e com parcelas mensais de R$ 400, é apenas um paliativo e não resolve o problema de não ter uma moradia fixa.
O desabamento em 1º de maio deixou ao menos sete mortos e 455 pessoas desabrigadas. Segundo a prefeitura, a maior parte das vítimas foi encaminhada para abrigos ou seguiu para casas de parentes e outras ocupações.
De acordo com a prefeitura, equipes de assistência social convidam insistentemente as famílias restantes no largo para irem aos abrigos. A gestão afirma que a maior parte delas não morava no prédio, mas foi atraída pelas doações às vítimas. O auxílio-moradia está sendo pago a 144 pessoas.
A rotina das famílias que se recusam a sair da praça continua precária. As crianças dormem em barracas e não há banheiros próximos. Em relação aos escombros, os destroços já foram retirados e resta interditado apenas um dos seis edifícios vizinhos que ofereciam risco. Projetado na década de 1960, o prédio foi a sede da PF por 23 anos, até 2009.